quinta-feira, 6 de setembro de 2012
Programação Cultural VII Encontro dos Povos do Cerrado
12 de setembro (quarta-feira)
19h - Espetáculto Teatral `Cerrado - Entre Cascas e raizes `- Grupo Faz de Conta – MG
Espetáculo multimídia que versa sobre a importância do Cerrado, suas águas, as paisagens, a fauna e flora, a histórica ocupação humana em intimidade com o bioma, a cultura popular, a espiritualidade; e logo o descaso, a ignorância, a degradação, e a urgente necessidade de conservação.
20h - ABERTURA - Mesa Institucional, com o Mestre de Cerimônia Josino Medina – MG
22h - Zé Mulato e Cassiano – DF
Zé Mulato e Cassiano se apresentam hoje como o melhor resultado do que foram estes 80 anos de música caipira, raiz, sertaneja, cabocla ou regional não importa.
13 de setembro (quinta-feira)
12h - Dança indigena PETEI TENONDEPORÃRÃ REHE
18h30 - Terno de moçambique - Congo de Catalão – GO
As versões sobre a origem da festa em Catalão são unânimes ao afirmar a influência do congado de Minas Gerais. Atualmente, quase metade dos moradores de Catalão participam da festa de Nossa Senhora do Rosário. A cidade apresenta hoje 21 ternos de congada divididos em 12 congos, dois moçambiques, um penacho, dois vilões e quatro catopés.
19h - Encantadeiras de Babaçu – MA
As encantadeiras são mulheres que mantêm acesa a tradição das cantorias durante a coleta e quebra do coco babaçu. Seus cantos ecoam protestos e demanda por direitos, principalmente o direito ao livre acesso e à preservação dos babaçuais.
19h30 - Sussa - Comunidade Quilombola Sítio Histórico Kalunga – GO
Dança tradicional Kalunga, a Sussa, nascida de tradições africanas, reflete toda a alegria desse povo. Com um ritmo marcado pelo som da viola, do pandeiro, da sanfona e da caixa (espécie de tambor), é uma tradição que envolve toda a comunidade por meio da música e da dança, caracterizada por giros em que as mulheres equilibram garrafas de cachaça sobre a cabeça.
20h - Mambembricantes – DF
O grupo iniciou sua trajetória com um espetáculo de teatro de rua que percorreu ruas e praças do Brasil e de países da Europa, em turnê por Alemanha, Holanda, França -Festival de Teatrode Avignon-e Espanha. Desta experiência nasceu o chamado espetáculo Cênico Musical.
21h - Passarinhos do Cerrado – GO
Passarinhos do Cerrado traz uma proposta musical baseada no estudo da cultura popular brasileira. Repleto de poesias, melodias e arranjos que misturam o ritmo nordestino, o coco, com manifestações culturais regionais como as folias de Reis e do Divino, a congada e a catira.
14 de setembro (sexta-feira)
10h - Maria Jatobá – teatro
Teatro, poesia e música são elementos de arte-educação utilizados na intervenção teatral de Maria Jatobá, que pretende chamar a atenção da sociedade civil sobre a valorização do meio ambiente e das tradições populares que remetem à memória dos povos habitantes do Cerrado, agregando valor sobre sua existência e importância na manutenção do patrimônio natural e cultural.
18h - Espetáculo `Cade o Manzuá` - Ponto de Cultura Seu Duchim de Folias e Grupo de dança Manzuá da Comunidade Quilombola Retiro dos Bois- MG
O espetáculo é uma projeção estética das danças e músicas do grupo tradicional Manzuá, onde o contemporâneo e o tradicional se convergem na produção artística. O Espetáculo envolve o corpo de dança do Ponto de Cultura Seu Duchim e a orquestra feminina de caixa de folia de reis. Integram, também ao espetáculo, o grupo de dança Manzuá da comunidade quilombola Retiro dos Bois, de Januária/Minas Gerais.
18h40 - Reizado de Bebedouro – BA 19h20 - Grupo de batuque do Quilombo do Gurutuba – MG
20h - Sussa - Comunidade Quilombola Sítio Histórico Kalunga - GO
20h30 - Sérgio Perere – MG
Pererê é herdeiro da cultura africana e filho das Minas Gerais. Representa o elo entre as tradições e a contemporaneidade. Em seu expressivo canto, nota-se a presença da força ancestral presente nas manifestações populares como catopés, Moçambique, marujada e, ao mesmo tempo, o swing do jazz, do blues e do soul.
Atração cultural ao longo dos dias: Carlos Machado
Programação Cultural Festival Puroritmo – evento parceiro do VII Encontro e Feira dos Povos do Cerrado
15 de setembro (sábado)
20h – Seu Estrelo e o Fuá do terreiro
20h45 - DJ Wash 21h30 – Pedra Branca
22h45 - DJ Chicco Aquino
16 de setembro (domingo)
17h – Trio Oblivion
18h - DJ Chicco Aquino
18h45 - DJ Tudo e sua gente de todo lugar
20h - DJ Pezão
20h45 Carlos Malta e o Pife Muderno
Brasília sediará encontro de povos e comunidades tradicionais do Cerrado
Na semana em que é celebrado o Dia do Cerrado: 11 de setembro, o Memorial dos Povos Indígenas será palco do encontro dos povos do Cerrado, de suas manifestações culturais e da feira de produtos da sociobiodiversidade.
A Rede Cerrado, em parceria com a Fundação Banco do Brasil, realizará o VII Encontro e Feira dos Povos do Cerrado, de 12 a 16 de setembro de 2012, no Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília/DF. Com o objetivo geral de mobilizar os povos do Cerrado e a sociedade para implementação de ações voltadas para a conservação e o uso sustentável do Cerrado, o VII Encontro e Feira dos Povos do Cerrado será uma excelente oportunidade para dar visibilidade ao Cerrado, incluindo as ricas manifestações culturais dos seus povos e comunidades tradicionais. Deverá reunir cerca de mil representantes indígenas, quilombolas, geraizeiros, vazenteiros, quebradeiras de coco, agricultores familiares, além de organizações da sociedade civil das unidades da federação onde há Cerrado brasileiro (DF, Goiás, Tocantins, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso, Piauí, São Paulo e Bahia). O Encontro dos Povos do Cerrado, realizado desde 2001, se consolidou como um espaço para: troca de experiências que resultem na conservação do Cerrado e na promoção de meios de vida sustentáveis; valorização das tradições culturais dos Povos do Cerrado; discussão e formulação de posições políticas conjuntas; e divulgação pública dos problemas socioambientais que afetam o bioma, como também das alternativas existentes para o uso sustentável de sua biodiversidade. Será dividido em três grandes momentos: o encontro; a feira dos produtos da sociobiodiversidade do Cerrado e a programação com as manifestações culturais do Cerrado, além de shows de artistas renomados. O VII Encontro e Feira dos Povos do Cerrado tem o apoio do MDA, MMA, CONAB, MDS, FUNAI, Petrobras, Rádio Cultura/Secretaria de Cultura/GDF, EMATER-DF, por meio da emenda parlamentar do Deputado Distrital Joe Valle, Memorial dos Povos Indígenas, Projeto Florelos (ISPN/Comissão Européia), Central do Cerrado, PNUD, IBRAM/SEMARH/GDF, Ibama, ICMBio e CESE. O ENCONTRO O Encontro terá uma extensa programação que envolve seminários, palestras, oficinas, audiência pública e demais atividades sobre temas relativos à conservação do Cerrado e a seus Povos. Teremos ainda uma Mostra de Tecnologias Sociais para que possamos difundir as tecnologias de produção, uso sustentável, organização social, entre outras voltadas para a transformação social para nossas comunidades. Será desenvolvido com foco na participação das comunidades e entidades, formalmente filiadas ou não à Rede Cerrado, que atuam em prol da sustentabilidade do Cerrado. No dia 12/09 teremos à noite a solenidade de abertura com a fala dos Povos do Cerrado, autoridades e apoiadores do evento. Dia 13/09, ao longo de todo dia, teremos seminários e painéis de debates acerca de assuntos inerentes ao Cerrado, seus povos e seus problemas, com a participação de autoridades e especialistas. Na parte da tarde teremos o Grito do Cerrado. GRITO DO CERRADO O Grito do Cerrado será uma grande manifestação pacífica com o intuito de alertar a sociedade e o poder público quanto aos desafios e problemas enfrentados atualmente pelo Cerrado e os povos e comunidades tradicionais que o habitam. Consiste em uma passeata pela Esplanada dos Ministérios, que sairá da Catedral de Brasília no dia 13 de setembro, com destino ao Congresso Nacional. O Grito do Cerrado terá inicio por volta das 14h na Catedral de Brasília com a tradicional corrida de toras, realizada entre os índios Xavante e os Timbira, mobilizados pela Mobilização dos povos Indígenas do Cerrado - MOPIC. Às 15h30 haverá audiência pública para debater a realidade do bioma Cerrado, no auditório Petrônio Portela – Senado Federal. Na ocasião, será entregue aos parlamentares a Carta do Cerrado, documento que considera os posicionamentos políticos e as reivindicações da Rede Cerrado em relação às políticas públicas de proteção ao bioma e sua população.
No dia 14/09 ao longo de todo o dia teremos a realização de várias oficinas simultâneas. Cada participantes poderá escolher a oficina que pretende participar atentando que algumas oficinas possuem numero de vagas limitadas. A relação de atividades do encontro com os respectivos responsáveis, local e horário de realização serão disponibilizadas em breve no site da Rede Cerrado. A FEIRA A Feira dos povos do Cerrado irá promover os produtos e a troca de experiência entre os empreendimentos ecossociais de base comunitários, assim como divulgar as possibilidades de uso sustentável do Cerrado e de sua conservação. Serão cerca de 100 estandes para exposição e comercialização de produtos de cerca de 200 organizações comunitárias. A PROGRAMAÇÃO CULTURAL Todo evento será enriquecido com uma intensa programação cultural que deve levar cerca de 20 mil visitantes ao Memorial dos Povos Indígenas. Nesta edição, o evento será integrado com o Festival PuroRitmo, com atrações culturais e uma praça de alimentação sustentável. Rede Cerrado – 20 anos em defesa dos povos e comunidades tradicionais do Cerrado Na Rio 92, por ocasião da assinatura do Tratado dos Cerrados, nasceu a Rede Cerrado. Este documento definiu compromissos entre seus signatários para enfrentar as ameaças ao bioma, constituindo-se como o marco histórico e legal da Rede Cerrado. A Rede Cerrado congrega organizações da sociedade civil que atuam na promoção do desenvolvimento sustentável e na conservação do Cerrado. São mais de 500 organizações identificadas com a causa socioambiental no bioma, que representam trabalhadores e trabalhadoras rurais, extrativistas, indígenas, quilombolas, geraizeiros, quebradeiras de coco, pescadores artesanais, entre outros. A diversidade de atores comprometidos e atuantes no campo político da Rede Cerrado é grande e, sem dúvida, seu maior patrimônio. O objetivo principal da Rede Cerrado é a luta pela conservação do bioma e a defesa de seus povos e comunidades tradicionais, promovendo justiça social e sustentabilidade ambiental. Entre as atividades da Rede Cerrado, destaca-se a realização, desde 2001, do Encontro e Feira dos Povos do Cerrado. Um espaço de troca de experiências, de promoção de meios de vida sustentáveis, de valorização das tradições culturais dos Povos do Cerrado, de formulação de posições políticas conjuntas e, ainda, de divulgação pública dos problemas socioambientais que afetam o bioma e das alternativas existentes para o uso sustentável de sua biodiversidade. A Rede Cerrado também atua estrategicamente em diversos espaços públicos socioambientais para propor, monitorar e avaliar projetos, programas e políticas públicas afetos ao Cerrado e a seus povos. O Cerrado e seus povos e comunidades tradicionais O Cerrado, segundo maior bioma brasileiro, é a savana com maior biodiversidade do planeta (5%). Ocupa quase 1/4 do território nacional (2.036.448 km2), abrangendo o Distrito Federal, os estados de Goiás, Tocantins, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso, Piauí, São Paulo, Bahia, Rondônia e porções de Roraima, Amapá, Amazonas e Pará. No Cerrado, moram 25 milhões de pessoas – 15% da população nacional, distribuída em 1.330 municípios. É conhecido como “berço das águas” ou “caixa d´água do Brasil” por abrigar nascentes das principais bacias hidrográficas brasileiras. Estudos apontam que existem cerca de 15 mil espécies de plantas no Cerrado, das quais 44% são endêmicas (exclusivas do bioma), além de uma fauna riquíssima, com aproximadamente 300 mil espécies de animais, sendo 90 mil insetos (28% do total de espécies do Cerrado) e 2.500 espécies de vertebrados. Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, 132 espécies do Cerrado constam na lista das espécies ameaçadas de extinção. O problema central da ocupação territorial e econômica do Cerrado é o caráter predatório do modelo agrosilvipastoril predominante, que ameaça a própria existência do bioma e de seus povos. Até 2010, o Cerrado já havia perdido 48,5% de sua cobertura vegetal e o processo de devastação continua. Hoje, o bioma conta com 54 milhões de hectares ocupados por pastos e 21,56 milhões de hectares por culturas agrícolas. Ao longo de 12 mil anos de ocupação humana, uma variedade de meios de vida e estratégias de uso e convivência se apresentaram na relação desses grupos com a diversidade ecológica do Cerrado. Os povos e comunidades tradicionais do Cerrado são a representação atual dessa sociobiodiversidade, como conhecedores e guardiões do patrimônio ecológico e cultural da região. No tocante aos povos indígenas, no bioma encontramos mais de 80 etnias. Já os povos e comunidades tradicionais abrangem quilombolas, geraizeiros, vazanteiros, quebradeiras de coco, entre outros, que convivem com o Cerrado, o conservam e respeitam. A agricultura familiar e o extrativismo são importantes aliados na conservação dos ecossistemas por formarem paisagens produtivas que proporcionam a continuidade dos serviços ambientais prestados pelo Cerrado, tais como a manutenção da biodiversidade, dos ciclos hidrológicos e dos estoques de carbono. Povos indígenas, comunidades tradicionais e agricultores familiares comprometidos com a conservação do Cerrado têm um papel extremamente relevante na manutenção do Cerrado em pé.
Serviço O que: VII Encontro e Feira dos Povos do Cerrado Quando: 12 a 16 de setembro de 2012 Quando: Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília/DF
terça-feira, 28 de agosto de 2012
VII Encontro e Feira dos Povos do Cerrado
VII Encontro e Feira dos Povos do Cerrado
MOBILIZAÇÃO e INSCRIÇÕES
12 a 16 de setembro de 2012
Memorial dos Povos Indígenas, Brasília-DF.
Estão abertas as inscrições para o VII Encontro e Feira dos Povos do Cerrado! Divulguem!
Esse é o momento de mobilizar os povos e comunidades tradicionais do Cerrado e a sociedade para implementação de ações voltadas para conservação e uso sustentável do Cerrado.
O Encontro tem três importantes momentos:
Oficinas, seminários e mesas temáticas (Aqui você pode construir posições políticas conjuntas para enfrentar coletivamente os problemas socioambientais do Cerrado!)
Feira de produtos da sociobiodiversidade (Aqui você pode apresentar e vender os productos da sociobiodiversidade!)
Apresentação de manifestações culturais (Aqui você pode trazer sua viola e mostrar suas tradições culturais!)
A mobilização dos povos e comunidades tradicionais do Cerrado será realizada pelas organizações da Rede Cerrado em cada região.
PROCURE A COORDENAÇÃO REGIONAL E FAÇA SUA INSCRIÇÃO!
(lista das organizações movilizadoras regionais no documento anexo)
Cada mobilizadora regional será responsável por organizar e enviar para inscricao@redecerrado.org.br a ficha de inscrição, por cada organização, até 31 de agosto.
Os participantes que tiverem as inscrições confirmadas pela coordenação geral do evento terão as despesas de transporte, hospedagem e alimentação cobertas pelo evento e poderão participar como expositores da feira.
O VII Encontro e Feira dos Povos do Cerrado é o momento de mostrarmos à sociedade que os povos indígenas, as comunidades tradicionais e agricultores familiares comprometidos com a conservação do Cerrado têm um papel extremamente relevante na manutenção do Cerrado em pé!
Informações sobre a programação, notícias sobre o evento e muito mais serão veiculadas no site da Rede Cerrado:
www.redecerrado.org.br
Viva o Cerrado, viva os Povos do Cerrado e salve os 20 anos da Rede Cerrado!!!
--
Ilka Fagundes
assessora de comunicação da Rede Cerrado
www.redecerrado.org.br
contato@redecerrado.org.br / 61 3327.1081
quarta-feira, 28 de março de 2012
Termos de Referência 3 e 4 - Coop Sertão Veredas
TERMO DE REFERÊNCIA Nº 003/12
Projeto Extrativismo Vegetal Sustentável
Mosaico Sertão Veredas - Peruaçu
AC FSA CAIXA nº: 0007.007/2011.cerrado
1. OBJETIVO: Contratação de Engenheiro Agrônomo, Florestal, Ambiental e/ou áreas afins para executar as atividades do projeto Extrativismo Vegetal Sustentável, sob a execução da Cooperativa Sertão Veredas.
2. CONTEXTUALIZAÇÃO:
A região do Mosaico Sertão Veredas - Peruaçu abrangendo onze municípios do norte e noroeste do estado de Minas Gerais além de um município do oeste do estado da Bahia se veste de grande importância do ponto de vista da preservação ambiental, já que abriga um intrincado de áreas de Proteção Ambiental, formando o "Mosaico", onde se formam nascentes e rios atestando um alto grau de riqueza de recursos hídricos responsáveis por mais de 20% da água que abastece o rio São Francisco. Preserva ainda áreas quase intactas com a fauna e flora do cerrado e zona de transição cerrado, - caatinga e mata seca. Considerando a população humana existente na área do Mosaico, tanto em áreas de preservação, quanto no seu entorno e mesmo a população urbana pode-se observar a grande riqueza cultural através de manifestações artísticas, religiosas e nos "fazeres" e costumes, na culinária e no artesanato, enfim, na forma de viver, existe aí um grande tesouro a ser preservado. Existem centenas de comunidades tradicionais que habitam áreas do entorno das Unidades de Preservação na abrangência do Mosaico. Muitas vezes com impacto negativo direto, como pisoteio de gado, fogo e caça.
Projetos envolvendo estas comunidades em práticas de desenvolvimento sustentável contribuem para a educação ambiental. As famílias que se envolvem em processos de produção a partir do extrativismo amadurecem a visão sobre a preservação e passam a acreditar que é possível tirar parte do sustento da mata nativa preservada.
Por sua vez o extrativismo desenvolvido nas comunidades, incentivando o associativismo, vai de encontro à outra vertente do Plano do Mosaico, o Turismo Eco cultural, valorizando justamente as artes tradicionais que esta região apresenta.
Além dos produtos do extrativismo, que não ficam apenas nos frutos, abrangendo também o artesanato e fitoterápicos, tem também a rica produção da agricultura familiar, com destaque para a farinha de mandioca e a rapadura.
O projeto tem como objetivo o desenvolvimento do Agroextrativismo Sustentável no Território do Mosaico Sertão Veredas - Peruaçu; e promover ações para o desenvolvimento sustentável de atividades de produção, beneficiamento e comercialização de produtos do extrativismo vegetal na região do Mosaico e integrado ao manejo das unidades de conservação e demais áreas protegidas.
3. ABRANGÊNCIA
As atividades objeto deste TDR envolverão fases de campo e de escritório. O trabalho de campo terá como âmbito geográfico o território do Mosaico Sertão Veredas Peruaçu que engloba os municípios: Arinos,Formoso,Urucuia, Chapada Gaucha, Cocos (BA), Januaria, Bonito de Minas, Cônego Marinho, Itacarambi, São João das Missões e Manga.
A Sede do projeto será no município de Chapada Gaúcha.
4. ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS
4.1 Acompanhar, monitorar e auxiliar na assistência técnica e extensão rural dada aos extrativistas das comunidades pelos técnicos.
4.2 Gerenciar a criação de estruturação dos núcleos e das mini-usinas nas comunidades.
4.3 Incentivar a produção agroecológica, ajudar na formação de agroflorestas e passar instruções para o manejo dos meios naturais com racionalidade.
4.4 Avaliar e acompanhar os técnicos e mobilizadores ambientais através de relatórios das atividades desenvolvidas nas comunidades beneficiadas.
4.5 Implementar unidades demonstrativas de campo em três comunidades nos núcleos do Mosaico.
5. PRODUTOS
5.1. Relatório técnico das atividades desenvolvidas com registro fotográfico.
5.2. Relatórios mensais de prestação de contas.
6. PRAZOS
O prazo de execução do projeto será de 2 (dois) anos.
O candidato será contrato por um período de 1 (um) ano podendo ser prorrogado por mais 1 (um) ano. Os 3 (três) primeiros meses, serão de experiência.
7. VALORES
O contratado terá um vencimento mensal bruto de R$ 2.800,00 (dois mil e oitocentos reais).
As despesas com transporte, alimentação e hospedagem decorrentes da execução do projeto, quando em viajem, correrão por conta do projeto mediante reembolsos de notas fiscais, desde que autorizadas pela coordenação do projeto.
8. QUALIFICAÇÃO
8.1 Formação nível superior completo em Engenharia Agrônomica, Ambiental, Florestal e/ou áreas afins;
8.2 Carteira Nacional de Habilitação (CNH) - Tipo B;
8.3 Experiência de pelo menos um ano na área de atuação do projeto;
8.4 Disponibilidade de moradia na área do Mosaico (Núcleo Sertão Veredas).
9. SUPERVISÃO
A supervisão será feita pela diretoria da Cooperativa Sertão Veredas e pela coordenação do projeto.
10. PROCEDIMENTOS PARA CONCORRENCIA DA VAGA
10.1 Os currículos vitae deverão estar na sede da COOP. Sertão Veredas até o dia 05 de abril de 2012, em horário comercial, para o endereço: Avenida Getulio Vargas, nº 832, Centro, Chapada Gaúcha/MG CEP: 39314-000. O candidato poderá optar pelo envio do currículo por e-mail: pmosaicoextrativismo@gmail.com.
Assunto: Concorrência Cargo Engenheiro/ Projeto Mosaico, desde que haja a confirmação de recebimento pela Coordenação do Projeto Extrativismo Vegetal Sustentável, Mosaico Sertão Veredas- Peruaçu.
10.2 Serão selecionados até 03 (três) currículos para realização de entrevistas.
10.3 As entrevistas acontecerão no dia 10 de abril de 2012 na sede da COOP SERTÃO VEREDAS situada na Avenida Getulio Vargas, nº 832, Centro, Chapada Gaúcha/MG.
10.4 O resultado será comunicado ao candidato selecionado no dia 10 de abril de 2012.
Chapada Gaúcha, 26 de março de 2012
José Correia Quintal
Presidente da Coop Sertão Veredas
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TERMO DE REFERÊNCIA Nº 004/12
Projeto Extrativismo Vegetal Sustentável
Mosaico Sertão Veredas - Peruaçu
AC FSA CAIXA nº: 0007.007/2011. cerrado
1. OBJETIVO: Contratação de três (03) Técnicos Agropecuários, de Meio Ambiente e/ou áreas afins, para executar as atividades do projeto Extrativismo Vegetal Sustentável, sob a execução da Cooperativa Sertão Veredas.
2. CONTEXTUALIZAÇÃO:
A região do Mosaico Sertão Veredas - Peruaçu abrangendo onze municípios do norte e noroeste do estado de Minas Gerais além de um município do oeste do estado da Bahia se veste de grande importância do ponto de vista da preservação ambiental, já que abriga um intrincado de áreas de Proteção Ambiental, formando o "Mosaico", onde se formam nascentes e rios atestando um alto grau de riqueza de recursos hídricos responsáveis por mais de 20% da água que abastece o rio São Francisco. Preserva ainda áreas quase intactas com a fauna e flora do cerrado e zona de transição cerrado, - caatinga e mata seca. Considerando a população humana existente na área do Mosaico, tanto em áreas de preservação, quanto no seu entorno e mesmo a população urbana pode-se observar a grande riqueza cultural através de manifestações artísticas, religiosas e nos "fazeres" e costumes, na culinária e no artesanato, enfim, na forma de viver, existe aí um grande tesouro a ser preservado. Existem centenas de comunidades tradicionais que habitam áreas do entorno das Unidades de Preservação na abrangência do Mosaico. Muitas vezes com impacto negativo direto, como pisoteio de gado, fogo e caça.
Projetos envolvendo estas comunidades em práticas de desenvolvimento sustentável contribuem para a educação ambiental. As famílias que se envolvem em processos de produção a partir do extrativismo amadurecem a visão sobre a preservação e passam a acreditar que é possível tirar parte do sustento da mata nativa preservada.
Por sua vez o extrativismo desenvolvido nas comunidades, incentivando o associativismo, vai de encontro à outra vertente do Plano do Mosaico, o Turismo Eco cultural, valorizando justamente as artes tradicionais que esta região apresenta.
Além dos produtos do extrativismo, que não ficam apenas nos frutos, abrangendo também o artesanato e fitoterápicos, tem também a rica produção da agricultura familiar, com destaque para a farinha de mandioca e a rapadura.
O projeto tem como objetivo o desenvolvimento do Agroextrativismo Sustentável no Território do Mosaico Sertão Veredas - Peruaçu; e promover ações para o desenvolvimento sustentável de atividades de produção, beneficiamento e comercialização de produtos do extrativismo vegetal na região do Mosaico e integrado ao manejo das unidades de conservação e demais áreas protegidas.
3. ABRANGÊNCIA
As atividades objeto deste TDR envolverão fases de campo e de escritório. O trabalho de campo terá como âmbito geográfico o território do Mosaico Sertão Veredas Peruaçu que engloba os municípios: Arinos,Formoso,Urucuia, Chapada Gaucha, Cocos (BA), Januária, Bonito de Minas, Cônego Marinho, Itacarambi, São João das Missões e Manga.
A Sede do projeto será no município de Chapada Gaúcha.
4. ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS
4.1 Acompanhar, monitorar e auxiliar na assistência técnica e extensão rural dada aos extrativistas das comunidades pelos mobilizadores;
4.2 Gerenciar a criação de estruturação dos núcleos e das mini-usinas (unidades de recebimento) nas comunidades;
4.3 Incentivar a produção agroecológica, ajudar na formação de agro florestas e passar instruções para o manejo dos meios naturais com racionalidade;
4.4 Avaliar e acompanhar os mobilizadores ambientais através de relatórios das atividades desenvolvidas nas comunidades beneficiadas.
4.5 Implementar unidades demonstrativas de campo no Núcleo em que estiver atuando.
5. PRODUTOS
5.1. Relatório mensal de atividades desenvolvidas.
5.2. Relatórios mensais de prestação de contas
6. PRAZOS
O prazo de execução do projeto será de 2 (dois) anos.
O candidato será contrato por um período de 1 (um) ano podendo ser prorrogado por mais até 1 (um) ano. Os 3 (três) primeiros meses, serão de experiência.
7. VALORES
O contratado terá um vencimento mensal bruto de R$ 1.540,00 (um mil quinhentos e quarenta reais).
As despesas com transporte, alimentação e hospedagem decorrentes da execução do projeto, quando em viajem, correrão por conta do projeto, mediante reembolsos de notas fiscais, desde que autorizadas pela coordenação do projeto.
8. QUALIFICAÇÃO
8.1 Curso Técnico em Agropecuária, de Meio Ambiente e/ou áreas afins;
8.2 Carteira Nacional de Habilitação (CNH) - Tipo A;
8.3 Experiência com trabalho agroextrativista e ambiental em geral e com comunidades tradicionais e outras.
9. SUPERVISÃO
A supervisão será feita pela diretoria da Cooperativa Sertão Veredas, pela coordenação do projeto e pelo engenheiro do projeto.
10. PROCEDIMENTOS PARA CONCORRENCIA DA VAGA
10.1 Os currículos vitae deverão estar na sede da COOP. Sertão Veredas até o dia 05 de abril de 2012, em horário comercial, para o endereço: Avenida Getulio Vargas, nº 832, Centro, Chapada Gaúcha/MG CEP: 39314-000. O candidato poderá optar pelo envio do currículo por e-mail: pmosaicoextrativismo@gmail.com - Assunto: Concorrência Cargo Técnico/Projeto Mosaico, desde que haja a confirmação de recebimento pela Coordenação do Projeto Extrativismo Vegetal Sustentável, Mosaico Sertão Veredas- Peruaçu.
10.2 Os currículos deverão indicar para qual núcleo deseja concorrer sendo: a) Núcleo Sertão Veredas (Chapada Gaúcha, Arinos, Formoso e a comunidade de Cajueiro em Cocos-BA); b) Núcleo Pandeiros (Januária, Bonito de Minas e Cônego Marinho); e, c) Núcleo Peruaçu (Itacarambi, São João das Missões e Manga)
10.3 Serão selecionados até 05 (cinco) currículos por núcleo, para realização de entrevistas.
10.4 As entrevistas acontecerão no dia 11 e 12 de abril de 2012, na sede da COOP SERTÃO VEREDAS situada na Avenida Getulio Vargas, nº 832, Centro, Chapada Gaúcha/MG, da seguinte forma:
• Dia 11 de abril de 2012 - entrevistas dos candidatos selecionados para o Núcleo Sertão Veredas.
• Dia 12 de abril de 2012 - entrevistas dos candidatos selecionados para Núcleo Pandeiros e Peruaçu.
10.5 O resultado do processo seletivo será comunicado aos candidatos selecionados no dia 13 de abril de 2012.
Chapada Gaúcha, 26 de março de 2012
José Correia Quintal
Presidente da Coop Sertão Veredas
Projeto Extrativismo Vegetal Sustentável
Mosaico Sertão Veredas - Peruaçu
AC FSA CAIXA nº: 0007.007/2011.cerrado
1. OBJETIVO: Contratação de Engenheiro Agrônomo, Florestal, Ambiental e/ou áreas afins para executar as atividades do projeto Extrativismo Vegetal Sustentável, sob a execução da Cooperativa Sertão Veredas.
2. CONTEXTUALIZAÇÃO:
A região do Mosaico Sertão Veredas - Peruaçu abrangendo onze municípios do norte e noroeste do estado de Minas Gerais além de um município do oeste do estado da Bahia se veste de grande importância do ponto de vista da preservação ambiental, já que abriga um intrincado de áreas de Proteção Ambiental, formando o "Mosaico", onde se formam nascentes e rios atestando um alto grau de riqueza de recursos hídricos responsáveis por mais de 20% da água que abastece o rio São Francisco. Preserva ainda áreas quase intactas com a fauna e flora do cerrado e zona de transição cerrado, - caatinga e mata seca. Considerando a população humana existente na área do Mosaico, tanto em áreas de preservação, quanto no seu entorno e mesmo a população urbana pode-se observar a grande riqueza cultural através de manifestações artísticas, religiosas e nos "fazeres" e costumes, na culinária e no artesanato, enfim, na forma de viver, existe aí um grande tesouro a ser preservado. Existem centenas de comunidades tradicionais que habitam áreas do entorno das Unidades de Preservação na abrangência do Mosaico. Muitas vezes com impacto negativo direto, como pisoteio de gado, fogo e caça.
Projetos envolvendo estas comunidades em práticas de desenvolvimento sustentável contribuem para a educação ambiental. As famílias que se envolvem em processos de produção a partir do extrativismo amadurecem a visão sobre a preservação e passam a acreditar que é possível tirar parte do sustento da mata nativa preservada.
Por sua vez o extrativismo desenvolvido nas comunidades, incentivando o associativismo, vai de encontro à outra vertente do Plano do Mosaico, o Turismo Eco cultural, valorizando justamente as artes tradicionais que esta região apresenta.
Além dos produtos do extrativismo, que não ficam apenas nos frutos, abrangendo também o artesanato e fitoterápicos, tem também a rica produção da agricultura familiar, com destaque para a farinha de mandioca e a rapadura.
O projeto tem como objetivo o desenvolvimento do Agroextrativismo Sustentável no Território do Mosaico Sertão Veredas - Peruaçu; e promover ações para o desenvolvimento sustentável de atividades de produção, beneficiamento e comercialização de produtos do extrativismo vegetal na região do Mosaico e integrado ao manejo das unidades de conservação e demais áreas protegidas.
3. ABRANGÊNCIA
As atividades objeto deste TDR envolverão fases de campo e de escritório. O trabalho de campo terá como âmbito geográfico o território do Mosaico Sertão Veredas Peruaçu que engloba os municípios: Arinos,Formoso,Urucuia, Chapada Gaucha, Cocos (BA), Januaria, Bonito de Minas, Cônego Marinho, Itacarambi, São João das Missões e Manga.
A Sede do projeto será no município de Chapada Gaúcha.
4. ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS
4.1 Acompanhar, monitorar e auxiliar na assistência técnica e extensão rural dada aos extrativistas das comunidades pelos técnicos.
4.2 Gerenciar a criação de estruturação dos núcleos e das mini-usinas nas comunidades.
4.3 Incentivar a produção agroecológica, ajudar na formação de agroflorestas e passar instruções para o manejo dos meios naturais com racionalidade.
4.4 Avaliar e acompanhar os técnicos e mobilizadores ambientais através de relatórios das atividades desenvolvidas nas comunidades beneficiadas.
4.5 Implementar unidades demonstrativas de campo em três comunidades nos núcleos do Mosaico.
5. PRODUTOS
5.1. Relatório técnico das atividades desenvolvidas com registro fotográfico.
5.2. Relatórios mensais de prestação de contas.
6. PRAZOS
O prazo de execução do projeto será de 2 (dois) anos.
O candidato será contrato por um período de 1 (um) ano podendo ser prorrogado por mais 1 (um) ano. Os 3 (três) primeiros meses, serão de experiência.
7. VALORES
O contratado terá um vencimento mensal bruto de R$ 2.800,00 (dois mil e oitocentos reais).
As despesas com transporte, alimentação e hospedagem decorrentes da execução do projeto, quando em viajem, correrão por conta do projeto mediante reembolsos de notas fiscais, desde que autorizadas pela coordenação do projeto.
8. QUALIFICAÇÃO
8.1 Formação nível superior completo em Engenharia Agrônomica, Ambiental, Florestal e/ou áreas afins;
8.2 Carteira Nacional de Habilitação (CNH) - Tipo B;
8.3 Experiência de pelo menos um ano na área de atuação do projeto;
8.4 Disponibilidade de moradia na área do Mosaico (Núcleo Sertão Veredas).
9. SUPERVISÃO
A supervisão será feita pela diretoria da Cooperativa Sertão Veredas e pela coordenação do projeto.
10. PROCEDIMENTOS PARA CONCORRENCIA DA VAGA
10.1 Os currículos vitae deverão estar na sede da COOP. Sertão Veredas até o dia 05 de abril de 2012, em horário comercial, para o endereço: Avenida Getulio Vargas, nº 832, Centro, Chapada Gaúcha/MG CEP: 39314-000. O candidato poderá optar pelo envio do currículo por e-mail: pmosaicoextrativismo@gmail.com.
Assunto: Concorrência Cargo Engenheiro/ Projeto Mosaico, desde que haja a confirmação de recebimento pela Coordenação do Projeto Extrativismo Vegetal Sustentável, Mosaico Sertão Veredas- Peruaçu.
10.2 Serão selecionados até 03 (três) currículos para realização de entrevistas.
10.3 As entrevistas acontecerão no dia 10 de abril de 2012 na sede da COOP SERTÃO VEREDAS situada na Avenida Getulio Vargas, nº 832, Centro, Chapada Gaúcha/MG.
10.4 O resultado será comunicado ao candidato selecionado no dia 10 de abril de 2012.
Chapada Gaúcha, 26 de março de 2012
José Correia Quintal
Presidente da Coop Sertão Veredas
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TERMO DE REFERÊNCIA Nº 004/12
Projeto Extrativismo Vegetal Sustentável
Mosaico Sertão Veredas - Peruaçu
AC FSA CAIXA nº: 0007.007/2011. cerrado
1. OBJETIVO: Contratação de três (03) Técnicos Agropecuários, de Meio Ambiente e/ou áreas afins, para executar as atividades do projeto Extrativismo Vegetal Sustentável, sob a execução da Cooperativa Sertão Veredas.
2. CONTEXTUALIZAÇÃO:
A região do Mosaico Sertão Veredas - Peruaçu abrangendo onze municípios do norte e noroeste do estado de Minas Gerais além de um município do oeste do estado da Bahia se veste de grande importância do ponto de vista da preservação ambiental, já que abriga um intrincado de áreas de Proteção Ambiental, formando o "Mosaico", onde se formam nascentes e rios atestando um alto grau de riqueza de recursos hídricos responsáveis por mais de 20% da água que abastece o rio São Francisco. Preserva ainda áreas quase intactas com a fauna e flora do cerrado e zona de transição cerrado, - caatinga e mata seca. Considerando a população humana existente na área do Mosaico, tanto em áreas de preservação, quanto no seu entorno e mesmo a população urbana pode-se observar a grande riqueza cultural através de manifestações artísticas, religiosas e nos "fazeres" e costumes, na culinária e no artesanato, enfim, na forma de viver, existe aí um grande tesouro a ser preservado. Existem centenas de comunidades tradicionais que habitam áreas do entorno das Unidades de Preservação na abrangência do Mosaico. Muitas vezes com impacto negativo direto, como pisoteio de gado, fogo e caça.
Projetos envolvendo estas comunidades em práticas de desenvolvimento sustentável contribuem para a educação ambiental. As famílias que se envolvem em processos de produção a partir do extrativismo amadurecem a visão sobre a preservação e passam a acreditar que é possível tirar parte do sustento da mata nativa preservada.
Por sua vez o extrativismo desenvolvido nas comunidades, incentivando o associativismo, vai de encontro à outra vertente do Plano do Mosaico, o Turismo Eco cultural, valorizando justamente as artes tradicionais que esta região apresenta.
Além dos produtos do extrativismo, que não ficam apenas nos frutos, abrangendo também o artesanato e fitoterápicos, tem também a rica produção da agricultura familiar, com destaque para a farinha de mandioca e a rapadura.
O projeto tem como objetivo o desenvolvimento do Agroextrativismo Sustentável no Território do Mosaico Sertão Veredas - Peruaçu; e promover ações para o desenvolvimento sustentável de atividades de produção, beneficiamento e comercialização de produtos do extrativismo vegetal na região do Mosaico e integrado ao manejo das unidades de conservação e demais áreas protegidas.
3. ABRANGÊNCIA
As atividades objeto deste TDR envolverão fases de campo e de escritório. O trabalho de campo terá como âmbito geográfico o território do Mosaico Sertão Veredas Peruaçu que engloba os municípios: Arinos,Formoso,Urucuia, Chapada Gaucha, Cocos (BA), Januária, Bonito de Minas, Cônego Marinho, Itacarambi, São João das Missões e Manga.
A Sede do projeto será no município de Chapada Gaúcha.
4. ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS
4.1 Acompanhar, monitorar e auxiliar na assistência técnica e extensão rural dada aos extrativistas das comunidades pelos mobilizadores;
4.2 Gerenciar a criação de estruturação dos núcleos e das mini-usinas (unidades de recebimento) nas comunidades;
4.3 Incentivar a produção agroecológica, ajudar na formação de agro florestas e passar instruções para o manejo dos meios naturais com racionalidade;
4.4 Avaliar e acompanhar os mobilizadores ambientais através de relatórios das atividades desenvolvidas nas comunidades beneficiadas.
4.5 Implementar unidades demonstrativas de campo no Núcleo em que estiver atuando.
5. PRODUTOS
5.1. Relatório mensal de atividades desenvolvidas.
5.2. Relatórios mensais de prestação de contas
6. PRAZOS
O prazo de execução do projeto será de 2 (dois) anos.
O candidato será contrato por um período de 1 (um) ano podendo ser prorrogado por mais até 1 (um) ano. Os 3 (três) primeiros meses, serão de experiência.
7. VALORES
O contratado terá um vencimento mensal bruto de R$ 1.540,00 (um mil quinhentos e quarenta reais).
As despesas com transporte, alimentação e hospedagem decorrentes da execução do projeto, quando em viajem, correrão por conta do projeto, mediante reembolsos de notas fiscais, desde que autorizadas pela coordenação do projeto.
8. QUALIFICAÇÃO
8.1 Curso Técnico em Agropecuária, de Meio Ambiente e/ou áreas afins;
8.2 Carteira Nacional de Habilitação (CNH) - Tipo A;
8.3 Experiência com trabalho agroextrativista e ambiental em geral e com comunidades tradicionais e outras.
9. SUPERVISÃO
A supervisão será feita pela diretoria da Cooperativa Sertão Veredas, pela coordenação do projeto e pelo engenheiro do projeto.
10. PROCEDIMENTOS PARA CONCORRENCIA DA VAGA
10.1 Os currículos vitae deverão estar na sede da COOP. Sertão Veredas até o dia 05 de abril de 2012, em horário comercial, para o endereço: Avenida Getulio Vargas, nº 832, Centro, Chapada Gaúcha/MG CEP: 39314-000. O candidato poderá optar pelo envio do currículo por e-mail: pmosaicoextrativismo@gmail.com - Assunto: Concorrência Cargo Técnico/Projeto Mosaico, desde que haja a confirmação de recebimento pela Coordenação do Projeto Extrativismo Vegetal Sustentável, Mosaico Sertão Veredas- Peruaçu.
10.2 Os currículos deverão indicar para qual núcleo deseja concorrer sendo: a) Núcleo Sertão Veredas (Chapada Gaúcha, Arinos, Formoso e a comunidade de Cajueiro em Cocos-BA); b) Núcleo Pandeiros (Januária, Bonito de Minas e Cônego Marinho); e, c) Núcleo Peruaçu (Itacarambi, São João das Missões e Manga)
10.3 Serão selecionados até 05 (cinco) currículos por núcleo, para realização de entrevistas.
10.4 As entrevistas acontecerão no dia 11 e 12 de abril de 2012, na sede da COOP SERTÃO VEREDAS situada na Avenida Getulio Vargas, nº 832, Centro, Chapada Gaúcha/MG, da seguinte forma:
• Dia 11 de abril de 2012 - entrevistas dos candidatos selecionados para o Núcleo Sertão Veredas.
• Dia 12 de abril de 2012 - entrevistas dos candidatos selecionados para Núcleo Pandeiros e Peruaçu.
10.5 O resultado do processo seletivo será comunicado aos candidatos selecionados no dia 13 de abril de 2012.
Chapada Gaúcha, 26 de março de 2012
José Correia Quintal
Presidente da Coop Sertão Veredas
sábado, 17 de março de 2012
Mascate de Boas Causas
Mascate de Boas Causas
JAIME SAUTCHUK*
Seu pai era mascate libanês no interiorzão de São Paulo, no início do século passado. Sua mãe era filha da roça na pequenina São Luis de Paraitinga, no vale do Parnaíba, entre Taubaté e Ubatuba, no litoral norte paulista. Ali nasceu, em 24 de outubro de 1924, o brasileiríssimo Aziz Nacib Ab'Saber, um mascate de boas causas que partiu na semana passada, nos deixando boa carga de saber, tudo fiado.
Aos 17 anos, ele ingressou na Universidade de São Paulo (USP), nos cursos de Geografia e História. Virou geógrafo, para efeito de colocar uma profissão em documentos. Foi, porém, filósofo, historiador, ecólogo, arqueólogo, antropólogo, um monte de coisas, sempre com a marca de humanista, de ferrenho defensor de uma sociedade mais justa. Em seu livro "O Que é Ser Geógrafo", por exemplo, ele ensina como é ser muito mais que geógrafo.
Além da ciência, ele abraçava as causas sociais, ambientais e políticas. Brigou com a ditadura militar e sempre esteva nos palcos e nas ruas em defesa da Anistia, das Diretas-já, mas não parou por aí. Foi presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), da qual virou presidente de honra.
Esteve lado a lado com Luiz Inácio Lula da Silva antes e depois deste virar presidente da República. Mas virou crítico de seus governos, por considerá-los muito frouxos nas questões ambientais. Até semana passada, antes de morrer, ainda repetia que as políticas oficiais no campo do meio ambiente, no Brasil, seguem o ditame da ganância dos poderosos, sem uma visão de futuro.
Nessa linha, sempre criticou o projeto de transposição do rio São Francisco, obras que, em sua visão, irão beneficiar o grande produtor e construtoras, sem atender o sertanejo nordestino. Tampouco se cansou de apontar defeitos, que considerava graves, na proposta de Código Florestal que hoje tramita no Congresso, na bica para ser votada.
Ab'Saber apontava com exagerada e nociva a aceitação de propostas da bancada ruralista no Congresso em relação a esse tema. Mas sua crítica mais severa é em relação ao fato de que a proposta de novo Código ignora solenemente as características de dois dos biomas da flora brasileira: a Caatinga e o Cerrado.
Quanto ao Cerrado, ele era um dos cientistas brasileiros que comprovaram a presença desse bioma na maior parte do território nacional, do Rio de Janeiro e São Paulo à toda Amazônia. E isso até bem pouco tempo. Em São Paulo, por exemplo, onde esse bioma era chamado genericamente de "campos gerais", nasceram cidades com os nomes de São José dos Campos, Santo André dos Campos Belos, Campinas e por aí vai.
Na Amazônia, há perto de 60 milhões de anos, os rios da região corriam no sentido Oeste, quando houve a separação dos continentes e formação dos Andes. Tudo ali era Cerrado. Só há 20 mil anos (ontem, portanto) é que houve um movimento na crosta da Terra que atingiu a foz do rio Amazonas, fazendo com que as águas de toda sua bacia fossem espraiadas, gerando uma vegetação mais densa, que é a floresta.
Na própria Amazônia brasileira, o Cerrado é presente ainda hoje nos estados do Amapá, Roraima, Rondônia e mesmo Amazonas e Acre. Na fronteira Norte, transpondo o Sistema Parima de Serra, em Roraima, adentramos a chamada savana venezuelana, que nada mais é do que Cerrado, numa extensa área, até a foz do rio Orinoco.
Mas isso, na vasta obra de Ab'Saber, é quase um detalhe. Aos 87 anos, na quinta-feira da semana passada, véspera de sua morte, ele foi pessoalmente à USP entregar suas obras completas gravadas em CDs. Praticamente tudo já foi publicado em duas dúzias de livros e milhares de artigos, coletâneas, depoimentos e por aí afora. Mas agora ficou tudo consolidado.
Nela, ele trata da ocupação do Brasil, do índio ao colonizador, até os nossos dias. E das questões climáticas, mesmo no plano global, prevendo efeitos de possíveis mudanças que venham a ocorrer ao redor do Planeta e até fora dele. Por isso, seu trabalho é reconhecido e premiado no mundo inteiro.
Como pessoa, entretanto, sempre foi um homem pé na terra, simples, muito sensível às questões do cotidiano, muito paciente com todos que o cercaram nos mais diversos ambientes em que vivia. Andar num carro de governador ou num velho e empoeirado jipão, para ele, não fazia diferença alguma. Falar para um grupo de alunos no corredor da escola ou em um grande comício em praça pública também. Sempre com um humor fino, perspicaz.
Quando ingressou na universidade, virou jardineiro do campus para poder estudar. E, enquanto galgava as escalas mais altas na formação acadêmica, em meio a uma vastidão de estudos e pesquisas, encontrava tempo para lecionar em escolas públicas do ensino fundamental.
Ele viveu repassando ideias e informações, sempre ansioso para aprender mais e mais, como costumava dizer. Era um baú de conhecimento. E assim tornou-se figura admirada e muito querida por todos que o conheciam. Como todo bom mascate.
JAIME SAUTCHUK*
Seu pai era mascate libanês no interiorzão de São Paulo, no início do século passado. Sua mãe era filha da roça na pequenina São Luis de Paraitinga, no vale do Parnaíba, entre Taubaté e Ubatuba, no litoral norte paulista. Ali nasceu, em 24 de outubro de 1924, o brasileiríssimo Aziz Nacib Ab'Saber, um mascate de boas causas que partiu na semana passada, nos deixando boa carga de saber, tudo fiado.
Aos 17 anos, ele ingressou na Universidade de São Paulo (USP), nos cursos de Geografia e História. Virou geógrafo, para efeito de colocar uma profissão em documentos. Foi, porém, filósofo, historiador, ecólogo, arqueólogo, antropólogo, um monte de coisas, sempre com a marca de humanista, de ferrenho defensor de uma sociedade mais justa. Em seu livro "O Que é Ser Geógrafo", por exemplo, ele ensina como é ser muito mais que geógrafo.
Além da ciência, ele abraçava as causas sociais, ambientais e políticas. Brigou com a ditadura militar e sempre esteva nos palcos e nas ruas em defesa da Anistia, das Diretas-já, mas não parou por aí. Foi presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), da qual virou presidente de honra.
Esteve lado a lado com Luiz Inácio Lula da Silva antes e depois deste virar presidente da República. Mas virou crítico de seus governos, por considerá-los muito frouxos nas questões ambientais. Até semana passada, antes de morrer, ainda repetia que as políticas oficiais no campo do meio ambiente, no Brasil, seguem o ditame da ganância dos poderosos, sem uma visão de futuro.
Nessa linha, sempre criticou o projeto de transposição do rio São Francisco, obras que, em sua visão, irão beneficiar o grande produtor e construtoras, sem atender o sertanejo nordestino. Tampouco se cansou de apontar defeitos, que considerava graves, na proposta de Código Florestal que hoje tramita no Congresso, na bica para ser votada.
Ab'Saber apontava com exagerada e nociva a aceitação de propostas da bancada ruralista no Congresso em relação a esse tema. Mas sua crítica mais severa é em relação ao fato de que a proposta de novo Código ignora solenemente as características de dois dos biomas da flora brasileira: a Caatinga e o Cerrado.
Quanto ao Cerrado, ele era um dos cientistas brasileiros que comprovaram a presença desse bioma na maior parte do território nacional, do Rio de Janeiro e São Paulo à toda Amazônia. E isso até bem pouco tempo. Em São Paulo, por exemplo, onde esse bioma era chamado genericamente de "campos gerais", nasceram cidades com os nomes de São José dos Campos, Santo André dos Campos Belos, Campinas e por aí vai.
Na Amazônia, há perto de 60 milhões de anos, os rios da região corriam no sentido Oeste, quando houve a separação dos continentes e formação dos Andes. Tudo ali era Cerrado. Só há 20 mil anos (ontem, portanto) é que houve um movimento na crosta da Terra que atingiu a foz do rio Amazonas, fazendo com que as águas de toda sua bacia fossem espraiadas, gerando uma vegetação mais densa, que é a floresta.
Na própria Amazônia brasileira, o Cerrado é presente ainda hoje nos estados do Amapá, Roraima, Rondônia e mesmo Amazonas e Acre. Na fronteira Norte, transpondo o Sistema Parima de Serra, em Roraima, adentramos a chamada savana venezuelana, que nada mais é do que Cerrado, numa extensa área, até a foz do rio Orinoco.
Mas isso, na vasta obra de Ab'Saber, é quase um detalhe. Aos 87 anos, na quinta-feira da semana passada, véspera de sua morte, ele foi pessoalmente à USP entregar suas obras completas gravadas em CDs. Praticamente tudo já foi publicado em duas dúzias de livros e milhares de artigos, coletâneas, depoimentos e por aí afora. Mas agora ficou tudo consolidado.
Nela, ele trata da ocupação do Brasil, do índio ao colonizador, até os nossos dias. E das questões climáticas, mesmo no plano global, prevendo efeitos de possíveis mudanças que venham a ocorrer ao redor do Planeta e até fora dele. Por isso, seu trabalho é reconhecido e premiado no mundo inteiro.
Como pessoa, entretanto, sempre foi um homem pé na terra, simples, muito sensível às questões do cotidiano, muito paciente com todos que o cercaram nos mais diversos ambientes em que vivia. Andar num carro de governador ou num velho e empoeirado jipão, para ele, não fazia diferença alguma. Falar para um grupo de alunos no corredor da escola ou em um grande comício em praça pública também. Sempre com um humor fino, perspicaz.
Quando ingressou na universidade, virou jardineiro do campus para poder estudar. E, enquanto galgava as escalas mais altas na formação acadêmica, em meio a uma vastidão de estudos e pesquisas, encontrava tempo para lecionar em escolas públicas do ensino fundamental.
Ele viveu repassando ideias e informações, sempre ansioso para aprender mais e mais, como costumava dizer. Era um baú de conhecimento. E assim tornou-se figura admirada e muito querida por todos que o conheciam. Como todo bom mascate.
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
CARTA DOS EXTRATIVISTAS E AGROEXTRATIVISTAS
CARTA DOS EXTRATIVISTAS E AGROEXTRATIVISTAS
http://www.povosdocerrado.org.br/
Goiânia, 03 de fevereiro de 2012.
À Sociedade Brasileira
Nós ‐ extrativistas, agroextrativistas, agricultores familiares, assentados, mulheres quebradeiras de coco babaçu, vazanteiros, ribeirinhos, geraizeiros, retireiros e pescadores dos estados de Goiás, Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão e Piauí, reunidos na cidade de Goiânia nos dias 1 e 2 de fevereiro de 2012, após avaliação e análise criteriosa do que vem ocorrendo nos cerrados brasileiros, vimos a público informar e exigir providências imediatas diante da grave situação que se encontra esse bioma e seus povos. Para isso destacamos:
Até hoje, tanto o Executivo como o Legislativo sequer se dignaram a votar o pleito antigo dos Povos dos Cerrado de considerar nosso bioma como Patrimônio Nacional como são reconhecidos a Amazônia, o Pantanal e a Mata Atlântica. Por quê? Por quê?
Ignora‐se que esse bioma detém mais de um terço da diversidade biológica do país?
Ignora‐se que é no Cerrado que se formam os rios que conformam as grandes bacias hidrográficas brasileiras como a do São Francisco, a do Doce, a do Jequitinhonha, a do Jaguaribe, a do Parnaíba, a do Araguaia/Tocantins, do Xingu, do Tapajós e Madeira (da bacia amazônica), além dos formadores da bacia do Paraguai e do Paraná/bacia do Prata?
Ignora‐se que estão relacionadas ao Cerrado as duas maiores áreas alagadas continentais do planeta, ou seja, o Pantanal e o Araguaia?
Ignora‐se, como disse Guimarães Rosa, que o Cerrado é uma caixa d’água?
O que mais se precisa para reconhecer esse rico bioma como patrimônio nacional? Por que não? Por que não?
Ignora‐se que esse bioma é o único bioma que tem vizinhança com todos os outros biomas brasileiros (com a Amazônia, com a Caatinga, com a Mata Atlântica, com a Mata de Araucária)?
Ignora‐se que somente essas áreas de contato correspondem a 14% do território brasileiro que somados aos 22% do bioma Cerrado correspondem a 36% do nosso território?
Ignora‐se que esses 14% do território de contato com o bioma Cerrado a outros biomas são áreas de enorme complexidade e ainda maior diversidade biológica?
Ignora‐se que nessas áreas, particularmente, o conhecimento em detalhe, o conhecimento local, é de enorme valia e que o Brasil detém um acervo enorme desse conhecimento com suas populações camponesas, indígenas e quilombolas que, assim, se mostram importantes para a sociedade brasileira, para a humanidade e para o planeta?
Não se pode ignorar tudo isso que clama por reconhecimento. Exigimos tanto do Executivo quanto do Legislativo que reconheçam o Cerrado, enfim como Patrimônio Nacional. Mesmo assim cabe a sociedade brasileira e a humanidade indagar porque o Cerrado continua sendo esquecido.
De nossa parte, como populações extrativistas e agroextrativistas do Cerrado temos envidados nossos melhores esforços para que tenhamos uma política socioambiental, justa, democrática e responsável.
Aprendemos com nossos irmãos amazônicos, sobretudo com os seringueiros e seu líder Chico Mendes que não há defesa de nenhum bioma sem seus povos. É de Chico Mendes a máxima, “não há defesa da floresta, sem os povos da floresta”. Daí dizermos em alto e bom tom: Não há defesa do Cerrado sem os povos do Cerrado.
O conhecimento de nossos povos e etnias desenvolvido com o Cerrado é essencial para sua preservação. Com todo o respeito que nutrimos pelo saber científico sabemos que o conhecimento e a sabedoria desenvolvidos há milênios e séculos pelos camponeses e indígenas é um acervo fundamental que colocamos a disposição para um diálogo com qualquer outro saber.
Daí a convicção que temos da importância de nosso conhecimento, reconhecido por vários cientistas e pesquisadores do Brasil e do exterior, surgiu a idéia de lutarmos por Reservas Extrativistas no Cerrado. Desde o início dos anos 1990 que vimos nessa luta, sabemos que a política socioambiental não pode se restringir à punição e à fiscalização. Ela tem que ser propositiva e ser positiva. Para isso propomos as Reservas Extrativistas onde nosso conhecimento tradicionalmente desenvolvido pode contribuir para a preservação e conservação do Cerrado garantindo uma vida digna para seus povos. Todavia como andamos?
No balanço que fizemos nesses dois dias de trabalho intenso constatamos que nas 30 Resex’s, tanto nas já decretadas como nas que estão em processo de reconhecimento e regularização, a situação das comunidades foi sensivelmente deteriorada pelo completo descaso das autoridades, sobretudo em resolver o problema fundiário, esse nó estrutural que impede até hoje que a sociedade brasileira seja mais justa e feliz.
O fato dessas áreas terem sido decretadas ou estarem em processo de decretação sem que o problema fundiário tenha sido resolvido, tem feito com que os fazendeiros que deveriam ser indenizados pelo poder público, passem a impedir que a população local tenha acesso para a coletar o baru, o pequi, a fava d’anta, o babaçu e mais de uma centenas de outros produtos com que temos sobrevivido e oferecido à sociedade alimentos, remédios e bebidas.
Desde que o ICMBIO foi criado em 2007 nenhuma Resex foi criada no Cerrado. Olhado da perspectiva dos Povos do Cerrado o ICMBIO não faz jus ao nome de um dos nossos companheiros que morreu por sua justa luta, para afirmar um paradigma, onde a defesa da natureza não se faça contra os povos mas, ao contrário, se faça através deles. Em função dessa omissão das autoridades cuja responsabilidade pública as obriga a zelar pelo patrimônio natural, uma das entidades de nossa articulação entrou com uma ação pública civil junto ao Ministério Público. Todavia, passado 1 ano sequer nossa ação mereceu qualquer resposta por parte do Ministério Público, apesar de ser uma denúncia de prevaricação de um órgão público. A julgar pelos dados oficiais que nos informa que no último ano foram desmatados somente no Cerrado 646 mil hectares, o que perfaz um total de 1.772,33 hectares por dia, podemos dizer que a cada dia que o Ministério Público deixa de se pronunciar e, assim, de julgar o crime de prevaricação, deixa de evitar que mais de mil e setecentos hectares sejam desmatados diariamente. A palavra está com o Ministério Público enquanto a nossa realidade espera com devastação e insegurança. Tudo isso alimenta um lamentável clima de impunidade.
Ignora‐se que muitos remédios que curam o glaucoma, a hipertensão arterial depende de frutos colhidos por nós, como é o caso faveira/fava d’anta de onde se extrai mais de 90% da rutina, substância química para esses remédios. Ignora‐se, e por ignorância alimenta‐se o preconceito, que essas populações podem viver dignamente dessas atividades, como provamos que numa área com 4 arvores adultas de baru se obtém mais renda do que em um hectare plantado com soja.
Enfim, precisamos ter uma política que dialogue com nossa cultura, com nossos povos para que se tenha um viver bem com justiça social e responsabilidade ecológica. Mas para isso é preciso que as autoridades viabilizem as Resex’s no Cerrado. Toda nossa mobilização encontra a desculpa pouco crível da falta de recursos. Bem sabemos que se há falta recurso é preciso estabelecer prioridades. Isso é fundamental na política. Desse modo, a falta de recursos acaba sendo a confissão pública de que as Resex’s no Cerrado não são prioridade. Mas sabemos que o argumento da falta de recurso é um argumento em si mesmo falso. Afinal, o governo tem anunciado publicamente sua eficiência no recolhimento dos impostos que a cada ano engorda mais a receita federal. O nosso governo tem anunciado ainda os sucessivos saldos, nas contas externas, como prova de seu êxito. Se tanto êxito há na entrada de divisas no país e no recolhimento de impostos da receita federal como se sustenta o argumento de que não há recursos?
Mais grave ainda, é o fato de que aqueles que como nós, vimos lutando por essas reservas extrativistas estamos expostos à truculência não só dos fazendeiros que nos impedem o acesso das áreas onde tradicionalmente colhemos, como também da expansão do latifúndio da monocultura de exportação de soja, da monocultura de algodão, da monocultura de eucalipto, da monocultura de pinus, da monocultura de girassol, da invasão de madeireiros, da expansão de carvoarias para fazer carvão para ferro gusa e exportar minério puro para mineradoras que vem crescendo sobre nossas áreas da pressão para a construção de barragens que, via de regra, servem de base para a exploração mineral para exportação. Todos esses setores foram nominalmente citados na avaliação criteriosa das ameaças de cada uma das Resex’s criadas e em processo de criação nos cerrados.
A truculência dos que ameaçam se concretiza na ameaça de morte aos nossos companheiros e companheiras que se vêem obrigados, tal e como na época da ditadura, a viverem escondidos longe de suas famílias. Exigimos das autoridades todas as providências para a garantia das vidas de Osmar Alves de Souza do município de São Domingos/GO; de Francisca Lustosa do município de Tanque/PI, Maria Lucia de Oliveira Agostinho, município de Rio Pardo de Minas/MG; Neurivan Pereira de Farias, município de Formoso/MG, Wedson Batista Campos, município de Aruanã/GO; Adalberto Gomes dos Santos do município de Lassance/MG; Welington Lins dos Santos, município de Buritizeiro/MG; Elaine Santos Silva, município Davinópolis/MA; José da Silva, município de Montezuma/MG.
Responsabilizamos antecipadamente as autoridades pelo que vier acontecer com a vida desses companheiros e dessas companheiras, cujo único crime tem sido o de lutar pela dignidade de suas famílias através da Resex’s. Não queremos que o nome desses companheiros e companheiras venha a se somar ao de Chico Mendes, ao de Dorothy Stang e aos quase 2000 assassinados no campo brasileiro desde 1985, conforme vem acompanhando a Comissão Pastoral da Terra. Temos todas as condições com as Resex’s de oferecer condições de vida digna, com justiça e equidade social com a defesa do Cerrado. Não queremos que nossas famílias venham engordar os dados estatísticos dos que dependem da bolsa família, ou outras bolsas para viver. Respeitamos essa política, até porque a temos como uma conquista do povo brasileiro, mas não vemos como bons olhos o aumento do número dos que vivem dela. A Resex é uma maneira mais sustentável de garantir a sobrevivência digna, como é a reforma agrária. Chico Mendes, dizia que a “Resex era reforma agrária dos seringueiros”. E nós afirmamos que a Resex é a forma de ampliar o significado da reforma agrária ao lhe dar sentido ecológico e cultural.
Este ano o Brasil estará recebendo não só governantes de todo o mundo como diversas populações de todo o planeta na Rio+20. Assim como nós, vários grupos sociais da África, da Ásia e na América Latina que vem sofrendo com avanço sobre suas terras de um agronegócio devastador e uma mineração voraz de minérios e água estarão também aqui presentes.
Esperamos que as autoridades brasileiras estejam a altura de suas responsabilidades de estarem à frente do maior país tropical do mundo e onde se encontram as maiores reservas de água do planeta. Que honre esse fato de ser a tropicalidade caracterizada pela enorme diversidade biológica e que ainda honre por zelar pelo enorme acervo de conhecimentos que está entre as quebradeiras de coco de babaçu, os vazanteiros, os retireiros, os caatingueiros, os pescadores, os geraizeiros para ficarmos com alguns grupos sociais dessa enorme sociodiversidade do Cerrado.
A diversidade biológica e a sociodiversidade, para nós indissociáveis, não podem continuar sendo retórica nos documentos oficiais, sem que haja o rebatimento no orçamento para garantia de solução da questão fundiária. De nada adianta falar de rica biodiversidade se não se garante no orçamento dinheiro para compra de terras.
Sabemos que nossas caras não são as caras que freqüentam as páginas nobres das principais revistas e jornais do país ‐ somos em nossa maior parte mestiços, mulatos, cafuzos, negros, índios, brancos pobres muitas vezes com a cara suja de carvão. Sabemos que o Cerrado tem sido oferecido aos grandes latifúndios do agronegócio, que não só produzem muitas toneladas de grãos, de pasta de celulose, de carnes para exportação como também produzem muita poluição e muito desperdício das águas, produzem muita erosão, produzem monocultura onde há muita diversidade de plantas e animais e ainda produzem muito/as trabalhadore/as rurais sem terras com a concentração de terras e concentram poder econômico e político e, assim, contribuem para por em risco a democracia. Basta ver o poder que tem as empresas de mineração e dos agronegociantes para fazerem propaganda, financiarem noticiários nas rádios, jornais e TV’s onde, via de regra, somos criminalizados e vistos como aqueles que querem impedir o progresso, como se só houvesse uma maneira de progredir, e como se fôssemos o lado errado.
No entanto, estamos aqui cônscios de que temos muito a dar ao Brasil, à humanidade e ao planeta. Nossa luta não será em vão e, por isso, dizemos com o poeta:
“Nem tudo que é torto é errado,veja as pernas do Garrincha
e as árvores do Cerrado”. Nicolas Behr
Viva o Cerrado!Viva os Povos do Cerrado!O Cerrado não vive por si só!
Que a Rio+20 seja a confluência dos diversos rios de resistência pela cultura e pela natureza!
Assinam:
‐ Rede de Comercialização Solidária de Agricultores Familiares e Extrativistas do Cerrado
‐ Resex Mata Grande, Davinopólis/MA
‐ Resex Lago do Cedro, Aruanã/GO
‐ Resex Recanto das Araras de Terra Ronca, São Domingos/GO
‐ Resex Chapada Limpa, Chapadinha/MA
‐ Resex Chapada Grande, Tanque/PI
‐ Resex Galiota e Córrego das Pedras, Damianopólis/GO
‐ Resex Contagem dos Buritis, São Domingos/GO
‐ Resex Rio da Prata, Posse/GO
‐ Resex Tamanduá/Poções, Riacho dos Machados/MG
‐ Resex Sempre Viva, Lassance/MG
‐ Resex Serra do Múquem, Corinto/MG
‐ Resex Barra do Pacuí, Ibiaí/MG
‐ Resex Três Riachos, Santa Fé de Minas/MG
‐ Resex Brejos da Barra, Barra/BA
‐ Resex Serra do Alemão, Buritizeiro/MG
‐ Resex Curumataí, Buenopólis/MG
‐ Resex Retireiros do Médio Araguaia, Luciara/MT
‐ Resex Areião e Vale do Guará, Rio Pardo de Minas/MG
‐ Cooperativa Mista de Agricultores Familiares, Extrativistas, Pescadores, Vazanteiros e Guias Turísticos do Cerrado ‐ COOPCERRADO
‐ Cooperativa Grande Sertão
‐ Cooperativa de Agricultores Familiares Agroextrativistas de Água Boa II
‐ Associação dos Moradores agricultores familiares de Córrego Verde
‐ Associação dos Retireiros do Médio Araguaia
‐ Associação dos trabalhadores da reserva extrativista Mata Grande/MA
‐ Movimento das Quebradeiras de Coco Babaçu
‐ Associação dos agricultores familiares trabalhando junto
‐ Colônia de Pescadores de Aruanã/GO
‐ Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Riacho dos Machados/MG
‐ Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Lassance/MG
‐ Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Buritizeiro/MG
‐ Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Jequitaí/MG
‐ Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Santa Fé de Minas/MG
‐ Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Ibiaí/MG
‐ Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Montezuma/MG
‐ Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Davinopólis/MA
‐ Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Tanque/PI
‐ Coordenação do Pólo Sindical do Pólo de Oeiras/PI
‐ Centro de Desenvolvimento Agroecológico do Cerrado‐CEDAC
‐ Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas Gerais ‐ CAA
‐ Projeto Chico Fulô
‐ Universidade Federal Fluminense
‐ Federação dos Trabalhadores Rurais de Minas Gerais‐ FETAEMG
http://www.povosdocerrado.org.br/
Goiânia, 03 de fevereiro de 2012.
À Sociedade Brasileira
Nós ‐ extrativistas, agroextrativistas, agricultores familiares, assentados, mulheres quebradeiras de coco babaçu, vazanteiros, ribeirinhos, geraizeiros, retireiros e pescadores dos estados de Goiás, Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão e Piauí, reunidos na cidade de Goiânia nos dias 1 e 2 de fevereiro de 2012, após avaliação e análise criteriosa do que vem ocorrendo nos cerrados brasileiros, vimos a público informar e exigir providências imediatas diante da grave situação que se encontra esse bioma e seus povos. Para isso destacamos:
Até hoje, tanto o Executivo como o Legislativo sequer se dignaram a votar o pleito antigo dos Povos dos Cerrado de considerar nosso bioma como Patrimônio Nacional como são reconhecidos a Amazônia, o Pantanal e a Mata Atlântica. Por quê? Por quê?
Ignora‐se que esse bioma detém mais de um terço da diversidade biológica do país?
Ignora‐se que é no Cerrado que se formam os rios que conformam as grandes bacias hidrográficas brasileiras como a do São Francisco, a do Doce, a do Jequitinhonha, a do Jaguaribe, a do Parnaíba, a do Araguaia/Tocantins, do Xingu, do Tapajós e Madeira (da bacia amazônica), além dos formadores da bacia do Paraguai e do Paraná/bacia do Prata?
Ignora‐se que estão relacionadas ao Cerrado as duas maiores áreas alagadas continentais do planeta, ou seja, o Pantanal e o Araguaia?
Ignora‐se, como disse Guimarães Rosa, que o Cerrado é uma caixa d’água?
O que mais se precisa para reconhecer esse rico bioma como patrimônio nacional? Por que não? Por que não?
Ignora‐se que esse bioma é o único bioma que tem vizinhança com todos os outros biomas brasileiros (com a Amazônia, com a Caatinga, com a Mata Atlântica, com a Mata de Araucária)?
Ignora‐se que somente essas áreas de contato correspondem a 14% do território brasileiro que somados aos 22% do bioma Cerrado correspondem a 36% do nosso território?
Ignora‐se que esses 14% do território de contato com o bioma Cerrado a outros biomas são áreas de enorme complexidade e ainda maior diversidade biológica?
Ignora‐se que nessas áreas, particularmente, o conhecimento em detalhe, o conhecimento local, é de enorme valia e que o Brasil detém um acervo enorme desse conhecimento com suas populações camponesas, indígenas e quilombolas que, assim, se mostram importantes para a sociedade brasileira, para a humanidade e para o planeta?
Não se pode ignorar tudo isso que clama por reconhecimento. Exigimos tanto do Executivo quanto do Legislativo que reconheçam o Cerrado, enfim como Patrimônio Nacional. Mesmo assim cabe a sociedade brasileira e a humanidade indagar porque o Cerrado continua sendo esquecido.
De nossa parte, como populações extrativistas e agroextrativistas do Cerrado temos envidados nossos melhores esforços para que tenhamos uma política socioambiental, justa, democrática e responsável.
Aprendemos com nossos irmãos amazônicos, sobretudo com os seringueiros e seu líder Chico Mendes que não há defesa de nenhum bioma sem seus povos. É de Chico Mendes a máxima, “não há defesa da floresta, sem os povos da floresta”. Daí dizermos em alto e bom tom: Não há defesa do Cerrado sem os povos do Cerrado.
O conhecimento de nossos povos e etnias desenvolvido com o Cerrado é essencial para sua preservação. Com todo o respeito que nutrimos pelo saber científico sabemos que o conhecimento e a sabedoria desenvolvidos há milênios e séculos pelos camponeses e indígenas é um acervo fundamental que colocamos a disposição para um diálogo com qualquer outro saber.
Daí a convicção que temos da importância de nosso conhecimento, reconhecido por vários cientistas e pesquisadores do Brasil e do exterior, surgiu a idéia de lutarmos por Reservas Extrativistas no Cerrado. Desde o início dos anos 1990 que vimos nessa luta, sabemos que a política socioambiental não pode se restringir à punição e à fiscalização. Ela tem que ser propositiva e ser positiva. Para isso propomos as Reservas Extrativistas onde nosso conhecimento tradicionalmente desenvolvido pode contribuir para a preservação e conservação do Cerrado garantindo uma vida digna para seus povos. Todavia como andamos?
No balanço que fizemos nesses dois dias de trabalho intenso constatamos que nas 30 Resex’s, tanto nas já decretadas como nas que estão em processo de reconhecimento e regularização, a situação das comunidades foi sensivelmente deteriorada pelo completo descaso das autoridades, sobretudo em resolver o problema fundiário, esse nó estrutural que impede até hoje que a sociedade brasileira seja mais justa e feliz.
O fato dessas áreas terem sido decretadas ou estarem em processo de decretação sem que o problema fundiário tenha sido resolvido, tem feito com que os fazendeiros que deveriam ser indenizados pelo poder público, passem a impedir que a população local tenha acesso para a coletar o baru, o pequi, a fava d’anta, o babaçu e mais de uma centenas de outros produtos com que temos sobrevivido e oferecido à sociedade alimentos, remédios e bebidas.
Desde que o ICMBIO foi criado em 2007 nenhuma Resex foi criada no Cerrado. Olhado da perspectiva dos Povos do Cerrado o ICMBIO não faz jus ao nome de um dos nossos companheiros que morreu por sua justa luta, para afirmar um paradigma, onde a defesa da natureza não se faça contra os povos mas, ao contrário, se faça através deles. Em função dessa omissão das autoridades cuja responsabilidade pública as obriga a zelar pelo patrimônio natural, uma das entidades de nossa articulação entrou com uma ação pública civil junto ao Ministério Público. Todavia, passado 1 ano sequer nossa ação mereceu qualquer resposta por parte do Ministério Público, apesar de ser uma denúncia de prevaricação de um órgão público. A julgar pelos dados oficiais que nos informa que no último ano foram desmatados somente no Cerrado 646 mil hectares, o que perfaz um total de 1.772,33 hectares por dia, podemos dizer que a cada dia que o Ministério Público deixa de se pronunciar e, assim, de julgar o crime de prevaricação, deixa de evitar que mais de mil e setecentos hectares sejam desmatados diariamente. A palavra está com o Ministério Público enquanto a nossa realidade espera com devastação e insegurança. Tudo isso alimenta um lamentável clima de impunidade.
Ignora‐se que muitos remédios que curam o glaucoma, a hipertensão arterial depende de frutos colhidos por nós, como é o caso faveira/fava d’anta de onde se extrai mais de 90% da rutina, substância química para esses remédios. Ignora‐se, e por ignorância alimenta‐se o preconceito, que essas populações podem viver dignamente dessas atividades, como provamos que numa área com 4 arvores adultas de baru se obtém mais renda do que em um hectare plantado com soja.
Enfim, precisamos ter uma política que dialogue com nossa cultura, com nossos povos para que se tenha um viver bem com justiça social e responsabilidade ecológica. Mas para isso é preciso que as autoridades viabilizem as Resex’s no Cerrado. Toda nossa mobilização encontra a desculpa pouco crível da falta de recursos. Bem sabemos que se há falta recurso é preciso estabelecer prioridades. Isso é fundamental na política. Desse modo, a falta de recursos acaba sendo a confissão pública de que as Resex’s no Cerrado não são prioridade. Mas sabemos que o argumento da falta de recurso é um argumento em si mesmo falso. Afinal, o governo tem anunciado publicamente sua eficiência no recolhimento dos impostos que a cada ano engorda mais a receita federal. O nosso governo tem anunciado ainda os sucessivos saldos, nas contas externas, como prova de seu êxito. Se tanto êxito há na entrada de divisas no país e no recolhimento de impostos da receita federal como se sustenta o argumento de que não há recursos?
Mais grave ainda, é o fato de que aqueles que como nós, vimos lutando por essas reservas extrativistas estamos expostos à truculência não só dos fazendeiros que nos impedem o acesso das áreas onde tradicionalmente colhemos, como também da expansão do latifúndio da monocultura de exportação de soja, da monocultura de algodão, da monocultura de eucalipto, da monocultura de pinus, da monocultura de girassol, da invasão de madeireiros, da expansão de carvoarias para fazer carvão para ferro gusa e exportar minério puro para mineradoras que vem crescendo sobre nossas áreas da pressão para a construção de barragens que, via de regra, servem de base para a exploração mineral para exportação. Todos esses setores foram nominalmente citados na avaliação criteriosa das ameaças de cada uma das Resex’s criadas e em processo de criação nos cerrados.
A truculência dos que ameaçam se concretiza na ameaça de morte aos nossos companheiros e companheiras que se vêem obrigados, tal e como na época da ditadura, a viverem escondidos longe de suas famílias. Exigimos das autoridades todas as providências para a garantia das vidas de Osmar Alves de Souza do município de São Domingos/GO; de Francisca Lustosa do município de Tanque/PI, Maria Lucia de Oliveira Agostinho, município de Rio Pardo de Minas/MG; Neurivan Pereira de Farias, município de Formoso/MG, Wedson Batista Campos, município de Aruanã/GO; Adalberto Gomes dos Santos do município de Lassance/MG; Welington Lins dos Santos, município de Buritizeiro/MG; Elaine Santos Silva, município Davinópolis/MA; José da Silva, município de Montezuma/MG.
Responsabilizamos antecipadamente as autoridades pelo que vier acontecer com a vida desses companheiros e dessas companheiras, cujo único crime tem sido o de lutar pela dignidade de suas famílias através da Resex’s. Não queremos que o nome desses companheiros e companheiras venha a se somar ao de Chico Mendes, ao de Dorothy Stang e aos quase 2000 assassinados no campo brasileiro desde 1985, conforme vem acompanhando a Comissão Pastoral da Terra. Temos todas as condições com as Resex’s de oferecer condições de vida digna, com justiça e equidade social com a defesa do Cerrado. Não queremos que nossas famílias venham engordar os dados estatísticos dos que dependem da bolsa família, ou outras bolsas para viver. Respeitamos essa política, até porque a temos como uma conquista do povo brasileiro, mas não vemos como bons olhos o aumento do número dos que vivem dela. A Resex é uma maneira mais sustentável de garantir a sobrevivência digna, como é a reforma agrária. Chico Mendes, dizia que a “Resex era reforma agrária dos seringueiros”. E nós afirmamos que a Resex é a forma de ampliar o significado da reforma agrária ao lhe dar sentido ecológico e cultural.
Este ano o Brasil estará recebendo não só governantes de todo o mundo como diversas populações de todo o planeta na Rio+20. Assim como nós, vários grupos sociais da África, da Ásia e na América Latina que vem sofrendo com avanço sobre suas terras de um agronegócio devastador e uma mineração voraz de minérios e água estarão também aqui presentes.
Esperamos que as autoridades brasileiras estejam a altura de suas responsabilidades de estarem à frente do maior país tropical do mundo e onde se encontram as maiores reservas de água do planeta. Que honre esse fato de ser a tropicalidade caracterizada pela enorme diversidade biológica e que ainda honre por zelar pelo enorme acervo de conhecimentos que está entre as quebradeiras de coco de babaçu, os vazanteiros, os retireiros, os caatingueiros, os pescadores, os geraizeiros para ficarmos com alguns grupos sociais dessa enorme sociodiversidade do Cerrado.
A diversidade biológica e a sociodiversidade, para nós indissociáveis, não podem continuar sendo retórica nos documentos oficiais, sem que haja o rebatimento no orçamento para garantia de solução da questão fundiária. De nada adianta falar de rica biodiversidade se não se garante no orçamento dinheiro para compra de terras.
Sabemos que nossas caras não são as caras que freqüentam as páginas nobres das principais revistas e jornais do país ‐ somos em nossa maior parte mestiços, mulatos, cafuzos, negros, índios, brancos pobres muitas vezes com a cara suja de carvão. Sabemos que o Cerrado tem sido oferecido aos grandes latifúndios do agronegócio, que não só produzem muitas toneladas de grãos, de pasta de celulose, de carnes para exportação como também produzem muita poluição e muito desperdício das águas, produzem muita erosão, produzem monocultura onde há muita diversidade de plantas e animais e ainda produzem muito/as trabalhadore/as rurais sem terras com a concentração de terras e concentram poder econômico e político e, assim, contribuem para por em risco a democracia. Basta ver o poder que tem as empresas de mineração e dos agronegociantes para fazerem propaganda, financiarem noticiários nas rádios, jornais e TV’s onde, via de regra, somos criminalizados e vistos como aqueles que querem impedir o progresso, como se só houvesse uma maneira de progredir, e como se fôssemos o lado errado.
No entanto, estamos aqui cônscios de que temos muito a dar ao Brasil, à humanidade e ao planeta. Nossa luta não será em vão e, por isso, dizemos com o poeta:
“Nem tudo que é torto é errado,veja as pernas do Garrincha
e as árvores do Cerrado”. Nicolas Behr
Viva o Cerrado!Viva os Povos do Cerrado!O Cerrado não vive por si só!
Que a Rio+20 seja a confluência dos diversos rios de resistência pela cultura e pela natureza!
Assinam:
‐ Rede de Comercialização Solidária de Agricultores Familiares e Extrativistas do Cerrado
‐ Resex Mata Grande, Davinopólis/MA
‐ Resex Lago do Cedro, Aruanã/GO
‐ Resex Recanto das Araras de Terra Ronca, São Domingos/GO
‐ Resex Chapada Limpa, Chapadinha/MA
‐ Resex Chapada Grande, Tanque/PI
‐ Resex Galiota e Córrego das Pedras, Damianopólis/GO
‐ Resex Contagem dos Buritis, São Domingos/GO
‐ Resex Rio da Prata, Posse/GO
‐ Resex Tamanduá/Poções, Riacho dos Machados/MG
‐ Resex Sempre Viva, Lassance/MG
‐ Resex Serra do Múquem, Corinto/MG
‐ Resex Barra do Pacuí, Ibiaí/MG
‐ Resex Três Riachos, Santa Fé de Minas/MG
‐ Resex Brejos da Barra, Barra/BA
‐ Resex Serra do Alemão, Buritizeiro/MG
‐ Resex Curumataí, Buenopólis/MG
‐ Resex Retireiros do Médio Araguaia, Luciara/MT
‐ Resex Areião e Vale do Guará, Rio Pardo de Minas/MG
‐ Cooperativa Mista de Agricultores Familiares, Extrativistas, Pescadores, Vazanteiros e Guias Turísticos do Cerrado ‐ COOPCERRADO
‐ Cooperativa Grande Sertão
‐ Cooperativa de Agricultores Familiares Agroextrativistas de Água Boa II
‐ Associação dos Moradores agricultores familiares de Córrego Verde
‐ Associação dos Retireiros do Médio Araguaia
‐ Associação dos trabalhadores da reserva extrativista Mata Grande/MA
‐ Movimento das Quebradeiras de Coco Babaçu
‐ Associação dos agricultores familiares trabalhando junto
‐ Colônia de Pescadores de Aruanã/GO
‐ Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Riacho dos Machados/MG
‐ Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Lassance/MG
‐ Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Buritizeiro/MG
‐ Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Jequitaí/MG
‐ Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Santa Fé de Minas/MG
‐ Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Ibiaí/MG
‐ Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Montezuma/MG
‐ Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Davinopólis/MA
‐ Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Tanque/PI
‐ Coordenação do Pólo Sindical do Pólo de Oeiras/PI
‐ Centro de Desenvolvimento Agroecológico do Cerrado‐CEDAC
‐ Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas Gerais ‐ CAA
‐ Projeto Chico Fulô
‐ Universidade Federal Fluminense
‐ Federação dos Trabalhadores Rurais de Minas Gerais‐ FETAEMG
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
Manifestação contra a crueldade aos animais
Prezados amigos do Informe Ambiental,
O Fórum de ONGs Ambientalistas do DF e Entorno apoia a MANIFESTAÇÃO CONTRA A CRUELDADE AOS ANIMAIS que acontecerá
no próximo domingo (22/01), simultaneamente em todo o Brasil, nos Estados Unidos e na Inglaterra.
Em Brasília a concentração será na Torre de TV, às 10h. Veja todos os locais no Brasil (http://www.crueldadenuncamais.com.br/locais.php).
Felizmente o cidadão está mais consciente, isso se reflete no aumento do número de denúncias mas, por outro lado, infelizmente a nossa legislação é frágil e não há um caso sequer de alguém que maltratou um animal que tenha sido penalizado.
Nesta semana fomos surpreendidos com mais um caso de crueldade de um cão que foi torturado, espancado e enforcado próximo ao Abrigo Augusto (http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2012/01/cachorro-e-encontrado-enforcado-no-entorno-do-distrito-federal.html) claramente um caso de ameaça às pessoas que abrigam cães abandonados e não têm medo de denunciar.
É por este caso e dos inúmeros outros, que estão fora das estatísticas e da mídia, que convidamos todos da lista para participar da manifestação, presencialmente, não adianta ficar só na internet. Somente por meio da pressão popular é que vamos conseguir agilidade nos projetos que já tramitam na Câmara Federal e, no mínimo, fazer valer a Lei dos Crimes Ambientais no que se refere aos animais domésticos.
Ajude a divulgar
SITE: http://www.crueldadenuncamais.com.br
FACEBOOK; https://www.facebook.com/events/222309821177846
Abaixo, algumas orientações da Organização Nacional.
Att.
--
Mara Cristina Moscoso
maramoscoso@gmail.com
Fórum de ONGs Ambientalistas do DF
REIVINDICAÇÃO:
PENALIZAÇÃO CORRETA E EFETIVA PARA QUEM COMETE CRUELDADES E MAUS TRATOS AOS ANIMAIS!
OS ANIMAIS PEDEM JUSTIÇA!
A lei atual é branda e não pune devidamente quem comete crimes contra animais.
Esta manifestação é o início de uma série de ações para uma penalização correta contra a crueldade aos animais.
A petição oficial do movimento (abaixo assinado) tem por objetivo coletar 1 milhão e meio de assinaturas em todo país, e já está sendo elaborada.
Para assiná-la, cadastre seu e-mail no site www.crueldadenuncamais.com.br e aguarde nosso contato.
SUA PARTICIPAÇÃO É FUNDAMENTAL!
JUNTE-SE A NÓS E LUTE POR ELES!
NORMAS:
- A manifestação CRUELDADE NUNCA MAIS é um movimento PACÍFICO e respeitador das leis, idealizado e organizado pelos protetores de animais do Brasil, o qual será o início de uma série de ações que visam a penalização correta para crimes de maus tratos aos animais.
- Os animais não deverão ser levados à manifestação.
- Cada cidade organizará o formato da manifestação de acordo com as normas e condições locais.
- Os manifestantes deverão levar sacolinhas para a coleta do lixo.
- Os manifestantes poderão levar cartazes e faixas com as seguintes frases:
OS ANIMAIS PEDEM JUSTIÇA!
CRUELDADES CONTRA ANIMAIS: LEIS MAIS RÍGIDAS E CADEIA!
OS ANIMAIS NÃO VOTAM, MAS NÓS SIM!
CRIMES CONTRA ANIMAIS DEVEM SER PUNIDOS COM RIGOR!
CHEGA DE IMPUNIDADE PARA CRIMES CONTRA ANIMAIS!
BRASIL, MOSTRA A TUA CARA LIMPA DE CRUELDADE!
- As faixas deverão ter no máximo 2m de largura.
- Frases ofensivas e que incitam a violência não serão permitidas.
O Fórum de ONGs Ambientalistas do DF e Entorno apoia a MANIFESTAÇÃO CONTRA A CRUELDADE AOS ANIMAIS que acontecerá
no próximo domingo (22/01), simultaneamente em todo o Brasil, nos Estados Unidos e na Inglaterra.
Em Brasília a concentração será na Torre de TV, às 10h. Veja todos os locais no Brasil (http://www.crueldadenuncamais.com.br/locais.php).
Felizmente o cidadão está mais consciente, isso se reflete no aumento do número de denúncias mas, por outro lado, infelizmente a nossa legislação é frágil e não há um caso sequer de alguém que maltratou um animal que tenha sido penalizado.
Nesta semana fomos surpreendidos com mais um caso de crueldade de um cão que foi torturado, espancado e enforcado próximo ao Abrigo Augusto (http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2012/01/cachorro-e-encontrado-enforcado-no-entorno-do-distrito-federal.html) claramente um caso de ameaça às pessoas que abrigam cães abandonados e não têm medo de denunciar.
É por este caso e dos inúmeros outros, que estão fora das estatísticas e da mídia, que convidamos todos da lista para participar da manifestação, presencialmente, não adianta ficar só na internet. Somente por meio da pressão popular é que vamos conseguir agilidade nos projetos que já tramitam na Câmara Federal e, no mínimo, fazer valer a Lei dos Crimes Ambientais no que se refere aos animais domésticos.
Ajude a divulgar
SITE: http://www.crueldadenuncamais.com.br
FACEBOOK; https://www.facebook.com/events/222309821177846
Abaixo, algumas orientações da Organização Nacional.
Att.
--
Mara Cristina Moscoso
maramoscoso@gmail.com
Fórum de ONGs Ambientalistas do DF
REIVINDICAÇÃO:
PENALIZAÇÃO CORRETA E EFETIVA PARA QUEM COMETE CRUELDADES E MAUS TRATOS AOS ANIMAIS!
OS ANIMAIS PEDEM JUSTIÇA!
A lei atual é branda e não pune devidamente quem comete crimes contra animais.
Esta manifestação é o início de uma série de ações para uma penalização correta contra a crueldade aos animais.
A petição oficial do movimento (abaixo assinado) tem por objetivo coletar 1 milhão e meio de assinaturas em todo país, e já está sendo elaborada.
Para assiná-la, cadastre seu e-mail no site www.crueldadenuncamais.com.br e aguarde nosso contato.
SUA PARTICIPAÇÃO É FUNDAMENTAL!
JUNTE-SE A NÓS E LUTE POR ELES!
NORMAS:
- A manifestação CRUELDADE NUNCA MAIS é um movimento PACÍFICO e respeitador das leis, idealizado e organizado pelos protetores de animais do Brasil, o qual será o início de uma série de ações que visam a penalização correta para crimes de maus tratos aos animais.
- Os animais não deverão ser levados à manifestação.
- Cada cidade organizará o formato da manifestação de acordo com as normas e condições locais.
- Os manifestantes deverão levar sacolinhas para a coleta do lixo.
- Os manifestantes poderão levar cartazes e faixas com as seguintes frases:
OS ANIMAIS PEDEM JUSTIÇA!
CRUELDADES CONTRA ANIMAIS: LEIS MAIS RÍGIDAS E CADEIA!
OS ANIMAIS NÃO VOTAM, MAS NÓS SIM!
CRIMES CONTRA ANIMAIS DEVEM SER PUNIDOS COM RIGOR!
CHEGA DE IMPUNIDADE PARA CRIMES CONTRA ANIMAIS!
BRASIL, MOSTRA A TUA CARA LIMPA DE CRUELDADE!
- As faixas deverão ter no máximo 2m de largura.
- Frases ofensivas e que incitam a violência não serão permitidas.
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