O bioma Cerrado possui uma área de aproximadamente 203 milhões de hectares, segundo IBGE (2004), ocupando porção central do Brasil o segundo maior bioma da América do Sul, ocupando 25% do território nacional. A sua área contínua incide sobre os Estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná São Paulo e Distrito Federal, além dos encraves no Amapá, Roraima e Amazonas. Neste espaço territorial encontram se as nascentes das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Amazônica/Tocantins, São Francisco e Prata), o que resulta numa grande e disponibilidade de recursos hídricos. Do ponto de vista da diversidade biológica, o Cerrado brasileiro é reconhecido como a savana mais rica do mundo, abrigando os diversos ecossistemas uma flora com mais de 11.000 espécies de plantas nativas.
Depois da Mata Atlântica, o Cerrado é o bioma brasileiro que mais sofreu alterações com a ocupação humana. Com a crescente pressão para a abertura de novas áreas, visando incrementar a produção de carne e grãos para exportação, tem havido um progressivo esgotamento dos recursos naturais da região.
Nas três últimas décadas, o Cerrado vem sendo degradado pela expansão da fronteira agrícola brasileira, notadamente na região do sul de Goiás e a região de Sinop no Mato Grosso, sendo o oeste da Bahia a região que mais vem evoluindo, no tocante ao uso antrópico do solo no Cerrado, em especial, na Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. Além disso, o bioma Cerrado é palco de uma exploração extremamente predatória de seu material lenhoso para produção de carvão. Em termos históricos, o bioma Cerrado teve uma área suprimida de 43,6% até o ano de 2002 e de 47,8% até o ano de 2008.
No período de 2009-2010, a taxa anual de desmatamento foi de 0,3%, a maior taxa dentre os seis biomas brasileiros (não há dados sobre a taxa anual de desmatamento antes de 2002). Esse relatório refere se aos dados de desmatamento do Cerrado no período de 2009-2010. Área total do bioma 2.039.386 km quadrados. Área desmatada até 2009 – 983.348 km quadrados. Área desmatada no período 2009 a 2010 – 6.469 km quadrados.
Para o desenvolvimento do monitoramento do Bioma Cerrado, foram obtidas, ao, 121 imagens digitais do sensor orbital LANDSAT TM de 2009. Essas imagens foram obtidas da página eletrônica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Os satélites são as ferramentas primordiais no combate ao desmatamento do cerrado. Goiânia (28/06/2013) – durante a Operação Mãe-de-ouro, que tem como objetivo combater o desmatamento e queimadas na região norte do Estado de Goiás, ocorrida no final deste mês de junho, foi identificado por uma equipe de fiscais do Ibama um desmatamento de 700 hectares em área de Cerrado.
Os agentes detectaram o desmatamento utilizando dados de satélite disponibilizados pelo Inpe. O Ibama aplicou duas multas, sendo: uma no valor de R$ 700 mil (por desmatar a corte raso sem licença) e outra de R$ 8.981,40 (por guardar 1424 lascas e 56 mancos de aroeira e sucupira sem autorização). Foram apreendidos três tratores de esteiras e a área, situada à margem direita do Ribeirão Mocambão (Minaçu-GO), foi embargada. O autuado não poderá utilizar a área, podendo ser multado em até R$ 1 milhão caso descumpra o embargo e ainda responderá criminalmente.
Esse é o maior desmatamento identificado pelo Ibama no Cerrado goiano, durante o ano de 2013. Na operação, ainda foram identificados, notificados e/ou autuados pessoas que degradaram e/ou possuem bovinos e equinos na terra indígena Avá-canoeiros. Na área, existem os últimos seis Avá-canoeiros da região do Rio Tocantins. Portanto com apoio dos satélites fica mais fácil combater os desmatamentos ilegais. Goiás está sofrendo com o crescente investimento na área industrial alcooleira.
No Estado de Goiás a área plantada com cana-de-açúcar aumentou de 200.048 para 697.541 hectares entre 2005 e 2011 (IBGE, 2012), ou seja, em apenas seis anos a área plantada aumentou aproximadamente 50%. A região do sul Goiano se concentra 72% do total da área plantada com cana. Então o carvão, pastagens, o plantio de soja e milho, que vez ou outra sustentaram o título de maiores vilões da devastação do cerrado, agora já perdem para o plantio da cana de açúcar!
Por: André Junior, membro UBE – União Brasileira De Escritores – Goiás
Fonte: DM.com.br/cidades
segunda-feira, 8 de julho de 2013
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