sábado, 19 de julho de 2008

Pato Mergulhão: Operação Salvamento

Correio Braziliense, 17/07/2008
Pato-mergulhão
Operação de salvamentoCachoeira na Chapada dos Veadeiros é interditada para garantir a reprodução da ave, que está ameaçada de extinção e só existe no Brasil. Uma fêmea botou ovos no local e turistas devem ficar afastados
Érica Montenegro Da equipe do Correio
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Frederico Franca/Divulgação
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Criticamente ameaçado de extinção, o pato-mergulhão (Mergus octosetaceus) consegue até mudar roteiros turísticos. O Cânion 2 do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Alto Paraíso (GO), está fechado por tempo indeterminado para garantir que a reprodução do animal não seja prejudicada pela presença dos visitantes. A decisão foi tomada ontem, depois que pesquisadores descobriram um ninho com dois ovos da ave em uma das paredes de rocha do Cânion 2. O chefe do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, Daniel Borges, afirma que o local deve permanecer fechado pelo menos até agosto, quando, provavelmente, os filhotes já terão nascido. “Por ser uma espécie raríssima, preferimos não colocar a reprodução dela em risco”, informa. De acordo com estimativas de organizações ambientais, a população de patos-mergulhões é de aproximadamente 250 indivíduos. A espécie — já extinta na Argentina e no Paraguai — sobrevive apenas no Brasil atualmente. O fechamento do Cânion 2 também atendeu a objetivos científicos. O ninho no paredão rochoso é o primeiro encontrado dentro dos limites do parque nacional e será monitorado por pesquisadores da Fundação Pró-Natureza (Funatura) que desenvolvem plano de conservação financiado pela Fundação O Boticário. “Como estamos em uma área de preservação, temos a obrigação de priorizar o pato em relação aos turistas”, completa Daniel Borges. Trilha O Cânion 2 faz parte do roteiro conhecido como “Trilha dos Cânions”, que inclui o Cânion 1 e a Cachoeira das Cariocas. Borges reforça que o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros continuará aberto, apenas a região do Cânion 2 ficará isolada. O período de reprodução do pato ameaçado de extinção coincidiu com a alta temporada de turismo na Chapada dos Veadeiros. Nesta época do ano, o número de visitantes do parque varia entre 100 e 150 pessoas por dia. O ninho do pato-mergulhão está em um local aonde se pode chegar a pé, o que deixa os ovos bastante vulneráveis. Além disso, até mesmo o barulho que os visitantes normalmente fazem pode atrapalhar o processo de incubação. “Ao perceber que o local é movimentado, os patos podem abandonar o ninho e os ovos”, explica a pesquisadora Vivian Braz, da Funatura. Neste caso, a preciosa ninhada se perderia porque ficaria sem proteção. O processo de reprodução dos mergulhões (entre a fêmea colocar os ovos e os filhotes nascerem) dura em média dois meses. Depois que põe os ovos, a fêmea se mantém sobre eles praticamente o dia inteiro para aquecê-los. Enquanto isso, o macho fica de sentinela tentando evitar os predadores. “Eles precisam se sentir absolutamente seguros. Se os ovos esfriam, os embriões não se desenvolvem”, afirma a bióloga Vivian Braz. -->

O númeroRAROS250 espécimesde pato-mergulhão sobrevivem atualmente, de acordo com entidades preservacionistas --> --> -->
Editor: Samanta Sallum // samanta.sallum@correioweb.com.brSubeditores: Ana Paixão, Roberto Fonseca, Valéria Velasco e-mail: cidades@correioweb.com.brTels. 3214-1180 • 3214-1181

Um comentário:

Dani disse...

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