sábado, 30 de outubro de 2010

Terracap desmata lotes no Park Way

Oficio enviado às entidades de proteção ao meio ambiente em Brasilia


Em nome da Associação Comunitária do Park Way, do Conselho Comunitário do Park Way, da Prefeitura do Lago Sul, do Instituto Vida Verde, do Fórum das ONGS Ambientalistas e da Associação Comunitária Córrego da Onça venho, por intermédio desta, informar Vossa Senhoria da iniciativa da TERRACAP de desmatar, desmembrar e lotear 15 hectares, localizados no Conjunto 01 da Quadra 14, do Park Way, e solicitar as providências de Vossa Senhoria no sentido de embargar esse projeto.

A área em apreço está situada na entrada do Park Way na via que leva ao aeroporto, e significará, caso o projeto venha a ser aprovados, a descaracterização do Portal de Entrada do Park Way e o fim de um dos últimos fragmentos de Cerrado no DF, um dos melhores existentes na APA Gama Cabeça de Veado.

A iniciativa da TERRACAP carece de fundamento legal, uma vez que a área em questão pertence ao Park Way, que o Memorial Descritivo do Park Way não abre a possibilidade de implantação de comércio naquele local, que o Park Way não possui ainda poligonais definidas e tampouco PDL e que a comunidade do Park já se expressou publicamente, em diversas ocasiões, ser CONTRA a implantação de qualquer tipo de comercio dentro daquela RA.

Além disso, a iniciativa da Companhia Imobiliária de Brasília está em flagrante desacordo e até aparente desprezo pela política nacional de proteção ao Cerrado, e carece de justificativa uma vez que o loteamento da Quadra 14 será feito para a criação de dormitórios de taxistas e de um parcelamento urbano, voltado para o comércio pesado, denominado Setor de Áreas Especiais do Aeroporto, propostas essas que NÃO são do interesse da comunidade do Park e que poderiam, perfeitamente, ser implantadas em outra localidade.

Sem que a comunidade do Park Way tivesse sido consultada, a Companhia Imobiliária de Brasília já requereu, inclusive, Licença Prévia ao Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Distrito Federal- Brasília Ambiental- (processo numero 391 000 397/2010) para o desmatamento, desmembramento e parcelamento do Conjunto 01 da Quadra 14.

A Associação Comunitária do Park Way, o Instituto Vida Verde, a Associação Comunitária do Córrego da Onça, a Prefeitura do Lago Sul, o Fórum das ONGS Ambientalistas e o Conselho de Segurança do Park Way são contra o desmembramento e o parcelamento da Quadra 14, assim como a maioria dos habitantes próximos da área a ser desmatada. Neste sentido, já colhemos mais de 800 assinaturas de moradores da área solicitando que o projeto seja embargado mas a TERRACAP não parece estar interessada no bem estar da comunidade.

Associação Comunitaria do Park Way

domingo, 24 de outubro de 2010

(Des) Encontro com Agnelo

Encaminho mensagem da Sra. Heliete Bastos, reafirmando nossa decepção e concordando integralmente com o texto. Fui uma das 37 pessoas, representante da sociedade civil organizada, selecionadas para fazer perguntas. Ficamos todos frustrados com a ausência e a falta de consideração do candidato e de sua assessoria. Também colaborei, junto com outros companheiros do Fórum de ONGs Ambientalistas, na elaboração do documento entregue ao Agnelo antes do primeiro turno que, conforme as palavras da Heliete, nem deve ter lido. Registro também minha frustração e preocupação com as questões ambientais do DF para os próximos 4 anos, que ficam mais uma vez resumidas em: recuperar parques !!!
Mara Moscoso
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Senhores(as)

Gostaria de, primeiramente, pedir-lhes desculpas pelo acontecido ontem, dia 22, no Instituto Histórico e Geográfico, em evento programado para a participação do candidato Agnelo Queiroz, a pedido deste. Não sei se recordam mas o Instituto Histórico havia programado um debate entre candidatos, que seria realizado em setembro, mas nem o candidato Agnelo e nem o Roriz confirmaram suas presenças, o que levou ao cancelamento do encontro.

Relembro que com a desistência do debate no IHGDF, as instituções responsáveis pelas propostas que seriam entregues a todos os candidatos, conseguiram por intermédio da deputada Arlete Sampaio, uma audiência com o candidato Agnelo, no dia 23 de setembro,onde elas, finalmente, lhe foram entregues. Naquela ocasião o encontro também foi de certa maneira apressado por falta de tempo visto que ele, Agnelo,chegara atrasado e ainda deveria participar da inauguração de um comitê na Candangolândia. Posso afirmar que um dos melhores encontros foi com o candidato Toninho que nos recebeu calma e tranquilamente assim como posso afirmar também de que dispensou atenção ao documento do grupo.

Há 15 dias recebi telefonema da deputada Arlete Sampaio falando do interesse do Agnelo em reunir com as entidades e lideranças do Plano, tendo em vista que não fora eleito em 1º turno e já propondo a data de 22/10. Cabe esclarecer que já havíamos levado a ele, na audiência do dia 23/09, o convite do presidente do Instituto para que em novembro, caso fosse eleito, pudesse participar de um encontro com acadêmicos e comunidade.

Diante do pedido feito pela Arlete para a antecipação da reunião,o Cel. Heliodoro, presidente do IHGDF, decidiu positivamente pelo debate na data proposta por ela. Decidiu também, por uma questão de gentileza, convidar a candidata Weslian Roriz, para uma data posterior, alegando esta não dispor de mais tempo em sua agenda nesses últimos dias de campanha.

Chegamos ao Instituto com antecedência suficiente para confirmarmos com a Arlete a metodologia a ser usada durante o evento e já tínhamos tido a promessa de que ele chegaria por volta das 19h30.Ela já queria abolir a questão da réplica e da tréplica por questão de tempo, mas não concordamos.

Mas para surpresa nossa o tempo passava e o candidato não aparecia e as desculpas repetiam-se: está chegando....Algumas pessoas começaram a desistir pelo adiantado da hora e por volta das 21h30 fomos avisados de que, provavelmente, ele ainda demoraria mais uma hora.

Decidiu-se que o presidente do Instituto abriria o evento, passaria a palavra à deputada Arlete para suas considerações a respeito do bolo do candidato, sendo então encerrada reunião. Mas para minha surpresa um encaminhamento impreciso fez com que a reunião continuasse mesmo sem o candidato.

Bem, resumindo, ao perceber o fato me retirei com assim o fizeram várias outras pessoas pessoas, pois eu me recusava a fazer perguntas para a deputada, não por desconsiderar sua capacidade, muito pelo contrário, mas sim por não ser ela a candidata e nem o Sr. Rodrigo Rollemberg, também presente e colocado à mesa.Após a minha retirada fiquei sabendo que um telefonema do Agnelo ao Rollemberg confirmava sua ausência definitiva.

Segundo as informações que nos chegavam durante toda aquela espera que já impacientava a todos, ele estaria no estúdio tentando consertar o estrago da propaganda do horário eleitoral de sua adversária. Estranho que hoje, atenta ao programa eleitoral, nada vi gravado com o candidato em resposta às denúncias apresentadas contra ele.

É meu entendimento particular que houve uma desconsideração enorme do candidato com as dezenas de pessoas que lotavam o espaço. A gravação poderia ser feita até mesmo pela madrugada já que somente seria exibida, hoje, sábado.Ficou evidente para mim, sua falta de equilíbrio para lidar com a situação.

Pior que isso foi tomar conhecimento exatamente às 22h32 que o candidato já estava no Hotel Bonapart, reunido com comerciantes, embora a deputada Arlete tenha me afirmado ao final da noite, por mensagem telefônica, na qual se desculpava pelo ocorrido, que as gravações teriam terminado por volta das 23 h.

Nessa hora de dificuldades pergunto porque o candidato a vice-governador , que parece ter sido abduzido, não foi acionado para estar presente, visto que sua responsabilidade não é menor do que a do candidato a governador.O pedido pela sua presença junto com a do Agnelo,já havia sido inclusive formulado por mim à deputada, que na manhã de ontem me informara que ela não seria possível.

Assim, as pessoas que permaneceram no recinto, não muitas, por sinal, acabaram fazendo perguntas para a deputada Arlete, que afirmou na mensagem telefônica enviada, que todas as considerações feitas serão transformadas em um relatório a ser repassado ao candidato. Mesmo que o faça, convenhamos que ler um relatório ( e será que vai ler?) não é uma experiência tão enriquecedora como participar diretamente de um debate com permanente troca de informações, principalmente para quem precisa avaliar o conhecimento e as propostas do candidato, antes de decidir seu voto, como era o nosso caso.

. É claro, segundo me foi informado, que as declarações deles, Arlete e Rollemberg, estiveram alinhadas com as nossas reivindicações. Afinal ela me pedira a cópia do trabalho entregue ao Agnelo, deve tê-lo lido o que a fez manter-se afinada com os discursos dos presentes e com as propostas que apresentamos. Se assim não o fosse seria suicídio pré-eleição-2º turno.Pelo menos para aquela platéia. Posso afirmar, sem medo de errar, que o candidato não tomou conhecimento do conteúdo do documento entregue a ele.

Esclareço, se me permitem, usar um pouco mais de seu precioso tempo, que ao final desse encontro do dia 23/09, há um mês exatamente, fiz uma denúnia ao candidato que havíamos tido conhecimento que já estaria acertado entre um candidato a senador e um candidato a distrital, ambos de Brasília,( e eleitos), que caso eleito o Agnelo para governador, seria indicado para a Administração de Brasília uma pessoa ligada ao Sindicato de Bares e Restaurantes. Disse-nos ele que não tinha conhecimento do fato e que desde aquele momento essa suposta pessoa já estava demitida.

Nessa ocasião também, lhe fizemos um pedido formal para que se eleito, assumisse o compromisso conosco para, trimestralmente, promover uma reunião com as lideranças signatárias do documento, ocasião em que seriam apresentadas sugestões, os anseios dos moradores,analisadas e avaliadas as ações de governo etc.O pedido foi acatado ( pelo menos assim me pareceu) e ontem, eu lhe faria a entrega de um documento complementar já propondo as datas para esses encontros a partir de março de 2011.Com minha saída antecipada acabei por não fazê-lo mas em breve procurarei uma maneira para que o mesmo chegue até ele.

Mesmo não sendo a responsável direta pela realização do encontro com o candidato, sinto-me constrangida pelo que houve ontem na certeza de que a comunidade que atendeu ao nosso convite, dali saiu com suas expectativas frustradas.Me pergunto porque ele não passou pelo Instituto antes mesmo de partir para a tal gravação ??? explicando do ocorrido aos presentes, que certamente o entenderiam. Porque diante de dois compromissos já marcados não a postergou por algumas horas.E se às 22h30 ele já estava no hotel, onde permaneceu por 1h 40, porque não passou antes pelo Instituto ao menos para se desculpar junto ao seu presidente?

Não quis fazê-lo, é evidente.Foi um desrespeito aos 94 anos do coronel Heliodoro que ali teve que permanecer além das 23 horas e uma desconsideração às entidades e lideranças comunitárias.
Grata pela atenção, desculpem-me pela extensão do esclarecimento e por todos os erros ocorridos.Estou cansada fisica e mentalmente.

Heliete Bastos